UNITA CONVOCA MANIFESTAÇÃO E REFORÇA DISCURSO DE ALTERNÂNCIA EM 2027

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O cenário político angolano volta a ganhar destaque com o recente posicionamento da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que convocou manifestações públicas em defesa da soberania nacional e contra o que considera um processo contínuo de violação dos princípios democráticos no país.

ANNA COSTA

A iniciativa, segundo comunicado divulgado pelo Grupo Parlamentar da UNITA, será liderada pelo presidente do partido, e visa mobilizar todos os cidadãos “comprometidos com a paz, democracia, liberdade, justiça e verdade eleitoral”, independentemente da sua orientação política ou religiosa.

A convocatória surge num momento de crescente descontentamento social e político, marcado por acusações de arbitrariedades por parte do Governo e de um alegado afastamento dos princípios constitucionais.

A UNITA tem denunciado, de forma recorrente, o que considera serem graves violações à Constituição da República de Angola, incluindo restrições às liberdades fundamentais, repressão ao direito à manifestação, e manipulações no sistema eleitoral. Embora reconheça um clima de “pessimismo e derrotismo” na sociedade, o partido insiste em transmitir uma mensagem de esperança, afirmando que “em 2027, o regime vai ser derrotado e Angola vai realizar a primeira alternância democrática do poder”.

O discurso da UNITA reforça uma narrativa de resistência e preparação para as próximas eleições gerais, previstas para 2027. A legenda aposta numa mobilização contínua da sociedade civil como elemento-chave para promover a mudança política no país. Observadores políticos apontam que essa estratégia visa consolidar o partido como a principal força de oposição e alternativa ao MPLA, no poder desde a independência do país, em 1975.

Especialistas indicam que o sucesso desse movimento dependerá da capacidade da UNITA em ampliar o seu apoio popular, manter a coesão interna e garantir que as manifestações ocorram de forma pacífica e dentro dos marcos legais. Por outro lado, a resposta do Governo a essas manifestações será determinante para o clima político dos próximos meses.

Enquanto o país se aproxima de um novo ciclo eleitoral, a sociedade angolana enfrenta o desafio de equilibrar estabilidade política com a crescente demanda por reformas e alternância no poder — um processo fundamental para o amadurecimento democrático de Angola.

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