DENÚNCIA PÚBLICA: INTERFERÊNCIA ILEGAL DO SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESPORTO, PAULO MADEIRA, NA GESTÃO DA FEDERAÇÃO ANGOLANA DE JU-JITSU

O desporto deve ser gerido com transparência, competência e respeito pelos processos democráticos. No entanto, o que se tem assistido nos últimos tempos em relação à Federação Angolana de Ju-Jitsu (FAJUJ) é um verdadeiro atentado à legalidade e à autonomia desportiva, com a interferência directa e injustificada do Secretário de Estado do Desporto, Paulo Madeira, que tem impedido a tomada de posse dos Órgãos Sociais da FAJUJ, legitimamente eleitos no último pleito eleitoral.
O Presidente eleito, Luís John, apresenta um saldo desportivo amplamente positivo, algo inédito na história da modalidade em Angola. Antes da sua chegada à FAJUJ, em 2020, não havia qualquer registo desportivo relevante da Selecção Nacional. Sob a sua liderança, Angola conquistou títulos internacionais, ganhou visibilidade global e tornou-se uma referência no continente africano, culminando com a eleição do país para a Vice-Presidência da Confederação Africana de Ju-Jitsu.
Resultados Desportivos Incontestáveis
A gestão de Luís John trouxe para Angola um palmarés de prestígio, com conquistas que elevaram o nome do país no cenário internacional:
• 2021 – Angola conquistou duas medalhas de bronze no Campeonato Mundial de Ju-Jitsu, em Abu Dhabi.
• 2022 – Angola sagrou-se campeã por equipas no Campeonato Africano, arrecadando um total de 47 medalhas individuais.
• 2022 – Pela primeira vez, Angola acolheu o Campeonato Africano de Ju-Jitsu.
• 2022 – Pela primeira vez, Angola participou no Seminário Internacional de Arbitragem, obtendo três certificações na categoria de árbitros continentais.
• 2022 – No Campeonato Mundial de Ju-Jitsu, Angola conquistou 13 medalhas, garantindo o terceiro lugar por equipas.
• 2023 – Angola participou, pela primeira vez, nos Jogos Mundiais, realizados na Arábia Saudita.
• 2023 – No Campeonato Africano, realizado em Marrocos, Angola conquistou 16 medalhas (13 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze).
O reconhecimento pelo trabalho desenvolvido foi evidente: os atletas foram recebidos três vezes pelo Presidente da República e uma vez pelo Governador Provincial de Luanda, demonstrando o impacto positivo da gestão da FAJUJ.
O Declínio do Ju-Jitsu Angolano sob a Interferência de Paulo Madeira
A entrada do Secretário de Estado do Desporto, Paulo Madeira, marcou uma viragem trágica para a modalidade. Desde a sua nomeação, Angola não conseguiu participar de nenhuma competição internacional, prejudicando profundamente os atletas e o progresso conquistado com muito esforço. Como consequência da sua interferência:
• Angola falhou a participação no Campeonato Mundial da Grécia (2024) e no Africano de Ju-Jitsu em Marrocos (2024).
• Em Dezembro de 2023, Angola ocupava o 19.º lugar do ranking mundial, com perspectivas de chegar ao top 10 em 2024 e atacar o top 5.
• Após a entrada de Paulo Madeira, Angola caiu abruptamente para o 37.º lugar, pondo em risco todo o trabalho realizado nos últimos quatro anos.
A melhor geração do Ju-Jitsu angolano viu-se impedida de representar a sua Selecção Nacional, sendo forçada a recorrer ao circuito profissional de Ju-Jitsu (AJP e IBJJF) para salvar a temporada. Apesar das dificuldades, os atletas utilizaram recursos próprios e alcançaram os melhores resultados de sempre no circuito profissional, algo que deveria ter sido feito sob a bandeira de Angola e com apoio institucional.
Interferência Política e Tentativa de Manipulação Eleitoral
Ao que tudo indica, Paulo Madeira pretende impor um candidato da sua preferência à frente da FAJUJ, em clara violação da vontade expressa pela Assembleia Geral da Federação. O seu bloqueio à tomada de posse dos órgãos sociais eleitos não tem qualquer fundamento legal e apenas demonstra um esforço de manipulação política que lesa a modalidade e os seus atletas.
O desporto não pode ser refém de interesses pessoais e interferências indevidas. O Ministério da Juventude e Desportos deve esclarecer esta situação e garantir que a democracia interna das federações seja respeitada, sem que agentes políticos tentem impor direcções federativas à revelia dos processos eleitorais.
Apelamos a todas as entidades competentes, incluindo o Comité Olímpico Angolano, a Confederação Africana de Ju-Jitsu e os órgãos internacionais do desporto, para que intervenham e impeçam esta injustiça. Os atletas, treinadores e dirigentes que elevaram o nome de Angola merecem respeito e condições justas para continuar a trabalhar pelo desporto nacional.
Que se faça justiça e que o desporto vença!