AUTORIDADES ANGOLANA RETEM VENÂNCIO MONDLANE, EX-PRESIDENTES DA COLÔMBIA E DO BOTSUANA

907f3d865f0e0f42a5b30a3a5bda27dd_L

O político moçambicano Venâncio Mondlane e os ex-Presidentes da Colômbia e do Botsuana ficaram nesta quinta-feira, 13, retidos no aeroporto 04 de Fevereiro, em Luanda, quando se preparavam para participar numa conferência internacional sobre democracia, disse fonte da UNITA.

Segundo o deputado do principal partido da oposição angolana Olívio Kilumbo, Venâncio Mondlane, o ex-Presidente do Botsuana Ian Khama e o ex-Presidente da Colômbia Andrés Pastrana integram uma comitiva de convidados da conferência, organizada com a Benthrust Foundation e que irá decorrer em Benguela, no sul de Angola.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral adjunto da UNITA, Lázaro Kakunha, destacou que estão retidos 13 dos 17 convidados que viriam do estrangeiro, sublinhando que Mondlane, entre outros, não necessitam de visto por serem cidadãos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês).

“Os [cidadãos] dos países membros da SADC não precisam de vistos. Os outros todos para chegarem até Angola é porque passaram por outros países onde não tiveram qualquer impedimento.

Portanto, isso só acontece em Angola”, observou o também deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). “Nós estamos aqui, não temos acesso à sala onde estão, e também ninguém nos prestou qualquer informação acerca do que esteve na origem dessa situação anómala que a todos surpreende, e sobretudo num país que se diz ser democrático.

Isso é estranho”, acrescentou o dirigente da UNITA. Lázaro Kakunha indicou que a UNITA participa na conferência também na qualidade de convidada, considerando que se trata de “responsabilidades acrescidas”, uma vez que vai ter lugar no território angolano “onde a UNITA é a segunda força” política. Criticou, por outro lado, o facto de os deputados da UNITA não terem acesso à sala onde se encontram os convidados retidos.

“Apesar de nós não termos acesso limitado, nem com as nossas imunidades estão nos deixando entrar na sala para podermos ter contacto com esses ilustres visitantes, ou seja, delegados da conferência”, disse à Lusa.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique aplicou a medida de termo de identidade e residência a Venâncio Mondlane, num processo em que o político é acusado de incitação à violência nas manifestações pós-eleitorais, o que o impede de ficar mais de cinco dias fora de casa, devendo avisar as autoridades.

Você não pode copiar o conteúdo desta página