ANTIGOS FINALISTAS DO COLÉGIO PITÁGORAS COM SONHOS ADIADOS DEVIDO A DEMORA DOS CERTIFICADOS

Os antigos finalistas de Comunicação Social do Colégio Pedro Pitágoras, no Morro Bento, queixaram-se ao Jornal Hora H, na semana finda, sobre a morosidade nas entregas dos certificados por parte da instituição, o que levou a adiar os sonhos dos estudantes que pretendiam ingressar ao Ensino Superior com bolsas de estudos internas e externas e daqueles que pretendiam se lançar ao mercado de trabalho em função da formação académica.
REDACÇÃO JORNAL HORA H
“No meu caso perdi três oportunidades de emprego. Outro meu colega, que também é meu amigo, perdeu duas oportunidades de viagem e alguns colegas estão com dificuldades de encontrar emprego e acessar algumas universidades do país”, revelou, sob a condição de anonimato, um dos finalistas.
O colectivo de queixoso é a primeira geração do curso de Comunicação Social no colégio, finalistas do ano lectivo 2023/2024. Conforme avançaram, estão a solicitar pelos diplomas à direcção desde Agosto do ano passado e até ao dia da queixa, no final de Fevereiro, tudo que a instituição os garantiu foi que estariam a receber os certificados antes mesmo da primeira quinzena de Fevereiro. O prazo passou e os queixosos continuam na mesma situação.
“A instituição sempre diz ‘não conseguimos’. Primeira situação é que eles disseram que os certificados vêm do IMAG (Instituto Médio de Administração e Gestão), mas o IMAG já fez a entrega dos certificados dos seus estudantes. Depois disseram que o grande problema está com a direcção da Delegação Provincial da Educação. A escola ainda não conversou com os estudantes. Há uma comissão de pais que estão frustrados com essa situação e uns querem mesmo processar a escola por causa desse problema”, disse Joaquim Joaquim, nome fictício de um dos antigos estudantes embrulhado no mesmo imbróglio.
Entretanto, tudo que os estudantes esperam é a pronta acção tanto da parte da direcção quanto da Delegação Provincial da Educação para a resolução rápida deste problema, pois, os constragimentos que lhes têm causado são irreversíveis, como é o caso da perda das oportunidades de empregos, ainda mais em Angola onde o índice de jovens desempregados é bastante assustador.
Em contrapartida, o director do colégio Pitágoras de Samos, Mbemba Pedro, garantiu ao Jornal Hora H que tudo estão a fazer para regularizar a situação, explicando que esta ocorrência deve-se ao Decreto Presidencial nº 37/23 de 9 de Fevereiro, que proíbe a coabitação dos cursos industriais com sociais numa mesma instituição escolar, o que levou a divisão da direcção do Pitágoras para fazer cumprir o decreto. Julga que seja em função dessa situação que a Delegação Provincial da Educação está a teimar com os certificados dos seus estudantes.
“Os certificados atrasaram por conta de alguns processos administrativos. Até a próxima semana (referindo-se desta) os estudantes já terão os seus certificados”, garantiu Mbemba Pedro.
Perguntando-lhe se em causa estava a não legalização do curso Comunicação Social, conforme deduzem os veteranos finalistas, o dirigente respondeu que este pode ser o caso porque “o primeiro alvará que nós tínhamos era de ensino geral e ensino técnico, mas em função desse decreto, que saiu há dois anos, ele anula e cria nova estrutura de subsistemas, a não a coabitação da escola de saúde, a não coabitação dos cursos politécnicos com os cursos industriais. Esse problema não se coloca só ao colégio Pitágoras, mas a todos outros colégios a nível nacional. Estamos a passar esse fase de reestruturação das escolas e conformar as escolas segundo o novo decreto que está em vigor. O que está a ser feito é cumprir a conformidade do novo decreto”, disse.
No final, Mbemba Pedro assegurou que as próximas gerações, sobretudo, os que terminam já neste ano lectivo não passarão por esses constrangimentos, pois, os processos administrativos que a instituição enfrentou já estão em conformidade.
É, para já, como Jornal Hora H apurou, uma situação nova no colégio desde a sua existência, em 2015. O curso de Comunicação Social existe na instituição desde 2020 e este grupo que, agora reclama, é a primeira geração, o que tem elevado o nível de insegurança dos vêm atrás.