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Assembleia Nacional aprovou, esta quarta-feira, 12, exclusão de Jonas Savimbi das medalhas do 50.º aniversário da independência, declinando proposta da UNITA. Ficou também excluído deste cenário o antigo líder da FNLA Holden Roberto.

Das figuras históricas com liderança partidária, apenas Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos serão contemplados, por terem sido ex-presidentes da República, aliás, por serem do MPLA.

Contudo, vários angolanos que o Jornal Hora H entrevistou, esta quarta-feira, 12, em Luanda, afirmaram que a recusa dos Camaradas, sobre a questão em causa, não faz o mínimo de sentido.

“A recusa sistemática do MPLA e do seu governo em reconhecer Jonas Savimbi e Holden Roberto como figuras incontornáveis da luta pela independência de Angola reflecte uma visão parcial da história nacional. A independência angolana não foi obra de um único partido ou líder, mas sim o resultado do esforço de diversas forças políticas e sociais, incluindo o MPLA, a FNLA e a UNITA, cada uma com o seu papel na resistência ao colonialismo”, disse Nandilson Paim.

Para Paim, a construção de uma verdadeira reconciliação nacional exige que Angola reconheça a totalidade da sua trajectória histórica, sem selectividade ideológica, pois, a permanência de um discurso excludente apenas perpetua divisões e impede o fortalecimento da identidade nacional. Adiantou que o respeito pela memória colectiva implica reconhecer que, independentemente, dos erros de percurso que cada um teve, estas três figuras – Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi – fazem parte do alicerce sobre o qual se ergueu a nação angolana.

Tal como o Paim, Ernela Cavita reafirmou que há uma necessidade urgente de se respeitar a história, porque o MPLA não lutou sozinho pela independência do país, porém fruto dos esforços dos três movimentos partidários existentes naquela altura.

“A história não se apaga, concordando ou não, com medalhas ou sem medalhas, Jonas Savimbi, António Agostinho Neto, Holden Roberto, José Eduardo dos Santos sempre farão parte da história de Angola com as suas qualidades e os defeitos”, acrescentou a cidadã Ayala Viegas.

Gabriel Lopes assegurou que a condecoração de Savimbi não se implora porque é um facto.

“Se não concordam, podem entregar a medalha ao JLo, já que estão habituados a lhe entregar tudo, até as Eleições de 2022, a CNE lhe entregou. Entreguem a medalha no cota mimoso, ele gosta de méritos sem conhecimento”,  recomendou Domingos Adelino.

Em contrapartida, Adelino Cândido alerta  que o fundador do Galo Negro, caso estivesse vivo, não se permitiria ser parte de meio século de má governação em meio à fome, miséria, pobreza, elevado custo de vida e dos disparos nos preços da comida.

“Sair no poder que é bom, nada, concordar com os outros também que é bom, nada. Vocês vão assustar M23 estão a atacar o país e nós vamos estar no lado deles porque também ninguém concorda com vossa Governação”, disse Elizandro Chipende.

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