A Ordem dos Enfermeiros de Angola denunciou nesta segunda-feira, 03, durante uma conferência de imprensa, que pelo menos 70 por cento das escolas de ensino de Enfermagem, num universo de 400 existentes em Luanda, funcionam na ilegalidade, revelou o bastonário da Ordem, de acordo com os dados do Gabinete de Inspecção do Ministério da Saúde.

Eduardo Caiangula, que falava durante o encontro de auscultação sobre os desafios enfrentados pelos técnicos privados de Luanda, considerou a situação preocupante, pois a instituição como órgão regulador almeja que as unidades sanitárias estejam credenciadas e formalizadas, no sentido de dar uma melhor resposta ao utente.

“O que observamos em Luanda é que as instituições têm uma abordagem mais virada ao comércio. Esse cenário tem ganho uma dimensão em que os departamentos ministeriais, vocacionados ao licenciamento das instituições de ensino, e as entidades policiais devem tomar nota”, defendeu.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros foi mais longe, ao salientar que parte dessas instituições fazem, de forma ilegal, publicidade de cursos intensivos num período curto de duração, no sentido de inserir profissionais para as instituições ilegais.

Eduardo Caiangula explicou que parte dessas escolas emite documentos como certificados a pessoas completamente despreparadas e que não fizeram a formação em Enfermagem.

Sobre a problemática dos certificados, o responsável avançou que esses documentos, desde que emitidos por instituições legais, são verdadeiros.

Entretanto, as pessoas que os têm, sem formação, é que esto na ilegalidade.

“Essa situação fez com que congregássemos todos os directores dos institutos privados de Saúde de Luanda para aprimorarmos, identificarmos e mitigar os problemas”, frisou.

Eduardo Caiangula revelou que no ano passado a Ordem tinha nos seus arquivos nomes de 500 profissionais inseridos nas instituições legais com exemplares de certificados sem nunca terem frequentado qualquer formação em Enfermagem.