UNIÃO AFRICANA CELEBRA EFEMÉRIDE COM CONFERÊNCIA VIRTUAL

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Em comemoração do Dia da Paz e Reconciliação de África, que se assinala, pela terceira vez, hoje, 31 de Janeiro, realizou-se esta sexta-feira uma reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana.

NDOMBI ZADIMENGA

Segundo a nota que o Hora H teve acesso, o evento, que decorreu em modo aberto e virtual, reuniu líderes e jovens africanos, que apelaram para a promoção de uma cultura de paz, visando o desenvolvimento integral do continente.

Na qualidade de Campeão da Paz e Reconciliação da União Africana, o Presidente da República, João Lourenço, foi o primeiro a discursar numa lista que incluiu representantes de vários países africanos e da organização continental.

João Lourenço instou cada africano, individual e colectivamente, a mobilizar-se para, em conjunto com as forças vivas das nações e com os líderes que as conduzem, “colocarmos de lado as nossas diferenças e transformá-las na nossa maior força” e “para que entre nós construamos o caminho que nos conduza à paz, à estabilidade e à segurança”.

Numa mensagem amplamente aplaudida, o Campeão da Paz em África apelou para o comprometimento de todos os africanos, especialmente jovens e mulheres, na materialização da Paz e Reconciliação Nacionais, colocando todos os recursos materiais, intelectuais e espirituais a favor da Paz e da Reconciliação para o desenvolvimento económico e social dos países e do Continente como um todo.

O 31 de Janeiro foi instituído a 28 de Maio, em Malabo (Guiné Equatorial) como o Dia da Paz e Reconciliação de África, através da Declaração da 16ª Sessão Extraordinária da Assembleia da União Africana. Recorde-se que foi no dia 31 de Janeiro de 2000 em que os líderes africanos lançaram oficialmente a transição da Organização da Unidade Africana (OUA) para a União Africana (UA).

MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA JOÃO MANUEL GONÇALVES LOURENÇO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA E CAMPEÃO DA PAZ E RECONCILIAÇÃO EM ÁFRICA, POR OCASIÃO DO 3º ANIVERSÁRIO DO DIA DA PAZ EM ÁFRICA

IRMÃS E IRMÃOS AFRICANOS,

Ao assinalarmos hoje, 31 de Janeiro, pela terceira vez a data comemorativa do dia da Paz e Reconciliação em África, em conformidade com a Declaração da 16ª Sessão Extraordinária da Assembleia da União Africana, realizada em Malabo, Guiné Equatorial, a 28 de Maio de 2022, constitui para mim uma honra endereçar, uma vez mais, uma mensagem a África, na qualidade de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África.

Os Pais Fundadores do nacionalismo africano lutaram e sonharam com uma África unida, desenvolvida e próspera, após a conquista das independências nacionais.

Volvidas 6 décadas desde o advento da autodeterminação dos Povos africanos, devo constatar, com grande preocupação, que o continente continua a deparar-se com desafios complexos, decorrentes, em muitos casos, dos conflitos armados que afectam seriamente as relações entre alguns Estados africanos e condicionam em grande medida o esforço do desenvolvimento e do bem-estar dos Povos de África.

IRMÃS E IRMÃOS AFRICANOS,

Hoje, uma data significativa para cada um de nós, deixo a todos um apelo a que façamos uma reflexão sobre o caminho que percorremos até aqui, os percalços que tivemos que ultrapassar e os desafios que continuamos a ter que enfrentar, para que nos concentremos num amplo e genuíno esforço a ser empreendido por cada africano, individual e colectivamente, no sentido de nos mobilizarmos para, em conjunto com as forças vivas das nossas nações e com os líderes que as conduzem, colocarmos de lado as nossas diferenças e transformá-las na nossa maior força, para que, entre nós, construamos o caminho que nos conduza à paz, à estabilidade e à segurança.

Continuamos a observar, com muita tristeza, uma perigosa tendência para pormos de lado, de forma ligeira, os valores da irmandade e da solidariedade africana e agirmos contra os próprios interesses de África e dos seus povos, criando factores de instabilidade e de insegurança, por se descurar a força e a importância do diálogo e das soluções diplomáticas como a única via aceitável para dissipar tensões e evitar guerras que geram e agravam a pobreza, associada à enorme massa de deslocados e refugiados que daí derivam.

Os maus exemplos desta conduta reprovável em África não valorizam homens e mulheres que estão na sua origem, pelo contrário, coloca-os nas páginas menos gloriosas da história de África como os promotores de tragédias humanas a todos os títulos condenáveis.

Neste contexto, exorto as lideranças cujo envolvimento directo ou indirecto são capazes de fazer a diferença, a trabalharem em prol da Paz e da Reconciliação no continente africano, com especial destaque para o Leste da República Democrática do Congo, o Sudão e a região do Sahel, bem como em outras zonas em conflito, privilegiando o diálogo como a melhor via para a resolução das divergências.

IRMÃS E IRMÃOS AFRICANOS,

A África com a qual ainda sonhamos e ambicionamos, economicamente forte e socialmente estável, que supere o analfabetismo, a fome e a miséria, que garanta emprego e bem-estar para os seus filhos, e seja, efectivamente, respeitada no concerto das nações, só poderá ser alcançada com um calar das armas capaz de impulsionar uma Paz e Reconciliação genuína e perene.

Com o comprometimento de todos africanos e, especialmente, de jovens e mulheres na materialização da Paz e Reconciliação Nacionais, coloquemos todos os nossos recursos materiais, intelectuais e espirituais a favor da Paz e da Reconciliação visando o desenvolvimento económico e social dos nossos países e do nosso Continente como um todo.

Viva a África em Paz e Reconciliada!

Muito Obrigado!

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