UNITA CONDENA GOVERNO ANGOLANO POR TENTAR FABRICAR GOLPE DE ESTADO PARA ATRIBUIR CULPA A LÍDERES DA OPOSIÇÃO
O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA condenou, na terça-feira, 29, em Luanda, o governo angolano por este fabricar golpes de Estado para culpabilizar as lideranças da oposição, usando terrorismo do Estado.
REDACÇÃO JORNAL HORA H
A condenação foi feita durante a reunião do Galo Negro, na sua XIV Sessão Extraordinária, no Complexo Sovismo, em Viana, sob orientação do Presidente do Partido, Adalberto Costa Júnior, que teve como base a análise dos últimos desenvolvimentos ocorridos no país e no estrangeiro.
O partido lamentou igualmente a conivência dos órgãos de comunicação social do Estado ao assunto, sem que se levassem em conta o princípio do contraditório e a presunção de inocência, violando, assim, os mais básicos direitos de cidadania com o objectivo de manipular as mentes e condicionar o comportamento colectivo dos membros da sociedade que se pretende plural.
“Condenar os que na sua permanente ânsia de perpectuar-se no poder são capazes de fabricar golpes de Estado como as encenações apresentadas recentemente nos órgãos de comunicação social do Estado com desrespeito ao princípio do contraditório, a presunção de inocência, com violação dos mais básicos direitos de cidadania com o objectivo de manipular as mentes e condicionar o comportamento colectivo dos membros da sociedade que se pretende plural. Sempre com os velhos fantasmas de expor e combater as lideranças da oposição usando o terrorismo do Estado”, lê-se no ponto dois do comunicado da XIV Sessão Extraordinária do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA.
Por isso, é premente em denunciar, com veemência, todos os esforços tendentes a mergulhar a Angola na instabilidade, seja em nome de que interesse for. Por esta mesma via, denunciar o regime de censura instalado no seio dos órgãos de comunicação social do Estado e nos jornalistas que neles trabalham.
UNITA recordou aos angolanos que para atingir os seus objectivos, MPLA habituou-se à invenção de cenários de golpes de estado, a exemplo: do 27 de Maio de 1977 que teve como consequência a morte de dezenas de milhares de cidadãos angolanos; os massacres de 1992 e a sexta-feira sangrenta de 1993, também com morte de outros milhares de angolanos, a prisão do então chefe dos serviços de informação externa, em 2007, as centenas de mortes ocorridas no Monte Sumi, contra uma Seita religiosa, a não ida à Assembleia Nacional do então Presidente da República, em 2015, e do caso dos quinze mais duas (15+2).
A maior formação política da oposição aproveitou, ainda, saudar as lideranças da sociedade civil, igrejas e instituições socio-profissionais e demais actores pela maturidade evidenciada na denúncia da instrumentalização e no grosseírismo com que agentes do partido de regime infiltrados nas instituições têm pretendido manipular a opinião pública com vista a eternizar a actual governação e os privilégios pessoais e de grupo decorrentes deste exercício.
A ocasião serviu também para exortar a Organização das Nações Unidas, a União Africana e a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos a trabalharem no sentido de restabelecer a paz naquela região conturbada, por décadas de conflitos cíclicos mal resolvidos e acudir o drama humanitário.