A população do município de Ambaca, na província do Cuanza Norte, vive sem água potável há oito meses, uma situação que agrava as preocupações dos habitantes daquela circunscrição, dado o surto da cólera que assola o país.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

Uma das condições essenciais para travar a proliferação da cólera é certificar de que a água que consumimos seja adequada à saúde. Todavia, o que se apura é que parte da população do país não se beneficia de água potável, vendo-se obrigado, por questões de necessidades biológicas, a consumirem a água distratada das cacimbas, riachos, lagoas e rios. A discrição é uma analogia do que se vive actualmente em Ambaca.

Neste cenário, em que agrega outros dilemas, revela-se que a sede do povo de Ambaca não é apenas de água, mas de governantes que realmente estejam comprometidos em resolver os problemas da maioria.

Pois, conforme desabafam os filhos daquela terra, o que já não é novidade num país como Angola, as avultadas somas de Kwanzas destinadas para a resolução do problema foram, como de hábito, desviadas pelos seus gestores.

“Projectos para o abastecimento de água são anunciados, mas não se concretizam. O que mais impressiona é que, enquanto o povo sofre com a escassez de água, os dirigentes locais parecem transformar a situação numa oportunidade de enriquecimento ilícito, deixando a população à mercê das promessas vazias”, angustiaram-se.

Por seu turno, recordam ao governo do MPLA que governar não é maquiar problemas, mas enfrenta-los com coragem e compromisso. “A população não precisa de fachadas bonitas, precisa de dignidade, respeito e o mínimo para sobreviver”.

E alertam que: “quem governa para iludir o olhar, condena o coração do povo a sofrer.”