Se já se levantavam dúvidas quanto aos valores inferires a serem atribuídas nas três novas províncias criadas no âmbito da Divisão Político-administrativa do País.

ANA MENDES

A província do Cubango vai receber mais de 82 mil milhões de kwanzas do Orçamento Geral do Estado (OGE) deste ano, para a resolução dos principais problemas nas unidades orçamentais da nova circunscrição do País.

O programa tem, entre outros, o propósito de aumentar os níveis de confiança e esperança no trabalho do Executivo, através do aumento e melhoria dos serviços sociais básicos, com destaque para as sedes municipais.

A nova província do Cubango, traz desafios significativos, sobretudo financeiros e logísticos.

Para alguns analistas, será necessário investir amplamente em infraestrutura, recursos humanos e materiais para doptar a nova província e municípios de condições mínimas de funcionamento.

Para o cidadão desta província, o essencial é que essas mudanças resultem em melhorias concretas no dia-a-dia, e não apenas em reorganizações administrativas formais.

Para os habitantes da capital Mavinga, os problemas sociais assim como a pobreza têm sofrido um aumento significativo nesta região há vários anos, decorrente de vários factores.

Nesta província o índice de escolaridade é um factor que está diretamente ligado à falta de recursos financeiros que é comum a grande maioria da população.

A baixa escolaridade da população desta província é proveniente, muitas vezes, de situações em que crianças se encontram em idade escolar são obrigadas a actividade agropecuária pelos seus pais.

A falta total ou parcial de alimentos atinge uma enorme parcela da população da região, em alguns lugares as pessoas ficam até dias sem alimento, não consomem todos nutrientes indispensáveis a manutenção da saúde.

Os problemas de saúde são decorrentes da falta de uma boa alimentação, moradias sem condições sanitárias e falta de comprometimento do poder público na implantação de medidas necessárias para amenizar os problemas dessa ordem.

Os problemas sociais (alimentação, moradia, distribuição de renda, escolaridade) levam a mortalidade infantil e compromete a elevação na expectativa ou esperança de vida da população, principalmente dos excluídos.

Para muitos analistas, os 82 mil milhões de kwanzas do OGE 2025 para a província do Cubango é “uma gota de água no aceno”, para desenvolver esta região do fim do mundo.

O principal instrumento da política económica e financeira do Estado angolano foi um dos temas da primeira reunião ordinária do Governo do Cubango, presidida pelo governador provincial, José Martins.

Nesta província já foi aprovado o Programa Específico de Requalificação e Inclusão Social do Cubango (PERISC), cujo objectivo passa por desenvolver acções de grande impacto político, social e económico no seio das populações.

O programa tem, entre outros, o propósito de aumentar os níveis de confiança e esperança no trabalho do Executivo, através do aumento e melhoria dos serviços sociais básicos, com destaque para as sedes municipais.

Considerando a importância deste programa, os membros do Governo Provincial aprovaram a sua implementação, tendo sido recomendado a análise e inserção no Plano de Contratação Pública.

O Executivo local apreciou o Plano Anual de Contratação (PAC), instrumento para o processo de identificação das necessidades com vista à formação e execução de contratos.

Este documento permite que as entidades públicas contratantes disponham de um instrumento de gestão das aquisições.

Há muito que os habitantes desta nova província (na altura município) há muito vinha  cobrando as promessas eleitorais sobre o cumprimento de melhores condições rodoviárias.

Sempre acusaram o regime no poder em Angola de falta de vontade política.

Nesta província com cerca de 5 mil quilómetros de estradas, a maioria não está asfaltada e o seu estado é péssimo.

“Aqui não se vive, sobrevive-se e a própria sobrevivência também é aquela, só Deus”, lamentam os habitantes locais.