“SURTO DA CÓLERA EM ANGOLA É UMA VERGONHA NACIONAL” CARLOS ROSADO DE CARVALHO

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O economista Carlos Rosado de Carvalho afirmou, na quarta-feira, 15, que é uma vergonha o recente surto de cólera em Angola, que, segundo dados do governo, já matou cerca de 20 pessoas nos últimos 15 dias e conta com 332 casos confirmados. Tal afirmação resultou numa forte onda de concordância dos cidadãos angolanos, que a aproveitaram a ocasião para classificar o governo do MPLA como “fracassado”.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

As declarações do economista foram feitas durante o programa “Economia Sem Makas”, da rádio MFM. Carlos Rosado de Carvalho referiu que, em Angola, 40% da população não tem acesso ao saneamento básico, o que também dificulta a prevenção de doenças do género. Por essa razão, ele considera o surto de cólera uma vergonha nacional.

“…Eu digo que isso é uma vergonha nacional e uma vergonha ainda maior para quem nos governa. Porque têm essa responsabilidade há 50 anos: garantir que as pessoas tenham condições mínimas de vida. A água, como se diz, é vida. E o saneamento também, e a protecção ambiental também. Por isso é que eu acho que isso é uma vergonha nacional que devia nos envergonhar a todos, que em pleno século XXI ainda estejamos com esse problema e com este surto”, disse.

“Vergonha só? Aquilo é uma devastação de desavergonhados empenhados a nos ver morrer por coisas banais”, comentou Hilária Copique.

Cristina Jamba entende que o surto de cólera esteja a acontecer por causa da miséria que se instalou na sociedade angolana, pois, como ela mesma refere,  existem famílias que para terem o que comer recorrerem ao lixo. “Não podemos nos esquecer que o acesso ao lixo acarreta inúmeras doenças e com ela a cólera. Melhorem as condições de vida dos angolanos!”, ressaltou.

Para o cidadão Mendes de Lau, é uma grande vergonha gastar milhões de dólares para celebrar a “Festa da Dipanda”, sendo que cerca da metade da população não tem direito a água potável nem a saneamento básico, sobretudo nas zonas recônditas.

Em demonstração de pesado descontentamento contra MPLA, Balita da Graça disse: “costumo a pensar que a falta de desinteresse do governo é programado e propositadamente, deixam acontecer as coisas que podiam prevenir”.

“Infelizmente, os que nos governam não estão interessados com os problemas mínimos, como é o caso do saneamento básico. A nossa governação é uma vergonha. Os deputados são ainda piores, são eles que deveriam velar pelo bem estar da população, mas, infelizmente, a única preocupação deles é simplesmente a vida luxuosa que lhes é oferecida, ninguém está disposto a se sacrificar pelo povo que eles juraram defender”, lamentou Filomena Cruz.

Lírio Vasconcelos recomenda melhorias no sistema primário de saúde que combate as doenças infectocontagiosas, no acesso à água potável para todos, à conservação e à compra de alimentos em locais adequados, melhorias no sistema de escoamento de resíduos e águas sanitárias nos sítios apropriados, só para citar, como formas para mitigar os problemas basilares que afectam Angola e livrar o país de tal vexame. Por isso, defende que a construção de hospitais de grande porte não é o garante da erradicação das doenças básicas no país.

“As principais causas de morte em Angola são doenças do âmbito da falta de saneamento básico, ou seja, doenças que poderiam ser prevenidas a nível primário. Construir hospitais de grande porte não acabará com isso se mantemos essa forma de administração”,  afirmou.

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