Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto reagiram, nesta terça-feira, 14, em Luanda, a proposta de Lei sobre o Regime Especial de Disponibilização e Consumo de Bebidas Alcoólicas, que no leque das suas proibições abrangem os estabelecimentos comerciais próximos a instituições escolares.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

Para Silva Quimbila, estudante de Comunicação Social da referida instituição, a medida não terá impacto algum para os universitários, porque, se além de proibir, a lei visa influenciar que o consumo diminua, “isso não acontecerá porque independentemente de onde estiver o estabelecimento, os estudantes vão lá estar, porque eles sabem o que querem ou o que não querem. Já são adultos suficientes para alguém lhe dizer o que fazer e o que não fazer”.

“Temos a nossa direcção, sabemos o que  nós leva a vir à Faculdade, por isso, essa medida para os universitários não faz muito sentido. Porque alguém que esteja acostumado com álcool, não importa o lugar ou situação para poder usar da bebida”, reforçou.

Por seu turno, Isaías Marques, do curso de Sociologia, aplaude a proposta por acreditar que os mais beneficiados sejam os próprios estudantes, pois, para ele, os “vícios” serão “domados” com muita facilidade.

O consumo de bebidas alcoólicas tem influenciado negativamente nos resultados académicos dos universitários, conforme adiantou o estudante a nossa equipa.

“Muitos estudantes ficam muitas horas fora da instituição consumindo álcool, e parte deles acabam chegando às salas de aulas embriagados. Dado esse costume, em muitas situações, chegam atrasados ou saem mais cedo da escola para a satisfação dos vícios, isto porque os estabelecimentos estão próximos das instituições. Entretanto, fazem reajustes ao calendário, ou saem mais cedo para beber ou chegam mais tarde por beber”, afirmou.

A nossa equipa contactou donos e gerentes de espaços comerciais em questão, mas estes escusaram-se de quaisquer declarações.

A proposta de Lei sobre o Regime Especial de Disponibilização e Consumo de Bebidas Alcoólicas visa também proibir a venda de álcool a estabelecimentos comerciais próximos às instituições hospitalares, militares, policiais, às igrejas, num raio de 500 metros, bem como a proibição destes a menores de 18 de idade.

A medida está a ser discutida na especialidade no Parlamento para ser aprovada, em definitivo, no dia 24 do mês em curso.