CASAMENTO, POLIGAMIA E TRAIÇÃO CONJUGAL

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No interessantíssimo debate ELAS & ELES da TV Zimbo sobre o tema “Casamento Duradouro e Seus Segredos”, a altura tantas veio à baila a traição conjugal e a poligamia em África. Um dos convidados, o que vem na foto, tentou dizer que a mulher africana foi educada para aceitar outras mulheres no relacionamento. As senhoras foram-se aos arames e chamaram o pobre senhor mentiroso.

POIS NÃO É!

Caso não saibam, a partir de Quilengues até à Zululândia na África do Sul, passsndo pela Huíla, Namibe, Cunene, Namibia, Lesoto, Botswana e Eswatini, a organização familiar é poligâmica. Se forem ali à Humpata ou Chibia, vão encontrar as famílias a vivevem em kimbos “eumbos” composta pelo chefe da família, as suas quatro ou cinco mulheres, os filhos, alguns com mulheres também, e os netos. É assim em toda a região que mencionei. É normal no Lubango, Moçâmedes ou Ondjiva, os dirigentes, intelectuais e funcionários viverem com “a mulher da cidade”, culturalmente aceitável para os padrões “aculturados/assimilados” e manter as outras tres ou quatro no kimbo. E todas dão-se lindamente. Ao ponto que os filhos das outras vêm estudar na “mãe da cidade” e nas férias vão todos para o “eumbo” ajudar a cuidar do gado.

O que se passa é que, por força da aculturação ocidental “que estamos com ela” e do Cristianismo, o ordenamento jurídico angolano finge que essa realidade não existe. A Grande Media também não lhe dá o devido tratamento. Trata-a como folclore.

Estes países da SADC que citei não fazem isso. É por isso que neles existe a figura jurídico-legal do casamento poligâmico.

Talvez seja tempo de, nós também, encararmos essa realidade de frente e INCLUI-LA nas nossas leis.

Para terminar: conheço alguém que repete até à exaustão: Esses do Ocidente estão a meter nas nossas cabeças que homossexualismo é Direitos Humanos; Poligamia é crime contra os Direitos da Mulher.

E nós, boêlos como sempre, vamos na onda…

Está aberto o debate, mas não se esfolem. Na boa!…

Por: Celso Malavoloneke

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