CASO VALDIR CÓNEGO: MILITANTE DO MPLA QUE BATEU DE FRENTE COM JOÃO LOURENÇO QUER CANDIDATAR-SE A PRESIDENTE DO PARTIDO E DE ANGOLA

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O militante do MPLA Valdir Cónego confirmou nesta segunda-feira, 16, em Luanda, a intenção de se candidatar a presidente do partido e para a Presidência da República, dizendo querer mostrar à sociedade angolana que há democracia interna.

Este militante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) desde março de 2001 submeteu no dia 12 deste mês a carta a manifestar a sua intenção, a primeira formalmente submetida às estruturas do partido.

“Eu não recebi nenhum ‘feedback’ do camarada presidente nem da vice-presidente. Não sei o que significa esse silêncio, mas não é um silêncio que vá prejudicar o partido ou a mim, porque eu dei os passos que os estatutos dizem”, disse Valdir Cónego em declarações à imprensa, à margem do VIII congresso extraordinário do MPLA que se realiza entre hoje e terça-feira em Luanda.

O jornalista afirmou que deu a conhecer a sua intenção a todas as estruturas do partido e ao seu líder, João Lourenço, considerando “muito normal” que apresente a sua candidatura, porque reúne os requisitos para ser presidente do partido, um dos quais mais de 15 anos de militância.

Valdir Cónego rejeitou ter sido alvo de qualquer tipo de retaliação devido à sua intervenção numa reunião do Comité Central, da qual é membro, quando confrontou João Lourenço sobre os ajustamentos aos estatutos do MPLA.

De acordo com o militante, foi chamado à comissão de disciplina e ética apenas para justificar a sua ausência em duas reuniões do Comité Central do MPLA. “Há camaradas nossos que não têm a coragem que eu tenho, infelizmente, então aproveitam-se das minhas intervenções e fabricam textos contra o líder”, realçou.

Sobre os ajustamentos aos estatutos do partido, um dos temas em análise no VIII congresso extraordinário do MPLA, Valdir Cónego disse que, numa análise técnico-jurídica, o congresso extraordinário não teria competência, mas considerou a questão dúbia, ao inscrever num dos seus artigos que são admitidas alterações “sempre que houver um motivo ou uma razão muito importante para o partido”.

“Há um motivo que o camarada presidente acha que é importante”, disse Valdir Cónego, citando o aproximar das eleições gerais e a nova divisão político administrativa. “Faz sentido, apesar que, como militante, posso não concordar, mas aceito, porque temos um objetivo comum, nós pretendemos ganhar as eleições de 2027”, disse.

Este militante do partido que sustenta o Governo em Angola reforçou que há democracia no MPLA, que os seus membros podem divergir, mas têm objetivos comuns.

Relativamente ao anúncio feito hoje por João Lourenço sobre o rejuvenescimento do Bureau Político e o seu secretariado, Valdir Cónego considerou positiva esta oportunidade que se dá aos jovens do partido, com quadros capazes para assumir cargos internamente e ao nível do aparelho do Estado.

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