JOÃO LOURENÇO ANUNCIA REJUVENESCIMENTO DO BUREAU POLÍTICO DO MPLA APÓS CONGRESSO
O líder do MPLA anunciou que o partido, no poder em Angola, vai fazer “o rejuvenescimento do bureau político e do seu secretariado para enfrentar os novos desafios”, logo a seguir ao VIII congresso extraordinário, que começou hoje.
“Depois de encerrado este congresso, vamos realizar de imediato uma reunião do Comité Central, para nos ajustarmos aos grandes desafios que teremos de enfrentar, rejuvenescendo o bureau político e o seu secretariado”, disse João Lourenço no discurso de abertura do VIII congresso extraordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que hoje arrancou em Luanda, com mais de 2.700 delegados, com fim previsto para terça-feira.
O bureau político do MPLA, órgão responsável pelos ajustes das estratégias do partido, particularmente a sua organização interna, é composto por 101 membros, dos quais se destacam nomes como Bornito de Sousa, Carlos Feijó, Bento Bento, Fernando da Piedade Dias dos Santos, Isaac do Anjos, João “Jú” de Almeida Martins, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, Jorge Dombolo, Irene Neto, António Pitra Neto, Noberto dos Santos “Kwata Kanawa”, Mário Pinto de Andrade, Archer Mangueira, entre outros, da velha guarda do partido.
Ainda a nível interno, João Lourenço disse que vão continuar a exercer e aprofundar a democracia interna, respeitando o papel e as competências dos órgãos de direção eleitos aos mais diferentes escalões da hierarquia do partido, conforme os estatutos.
“Nosso foco continuará virado em ajudar e orientar o executivo a implementar os diferentes programas para a satisfação das necessidades do cidadão, em consonância com o que Agostinho Neto [presidente do MPLA] disse porque continua atual, “O Mais Importante é Resolver os Problemas do Povo”, afirmou o também Presidente de Angola,.
O congresso tem em agenda uma reflexão sobre os 50 anos de independência que Angola comemora no próximo ano, e o ajustamento aos estatutos do partido. “Trata-se de um Congresso Extraordinário que vai debater e aprovar a tese “MPLA – Da Independência aos Nossos Dias – Os Desafios do Futuro” e fazer ajustamentos aos Estatutos do Partido, algo que acontecerá pela sexta vez num congresso extraordinário do nosso partido, o que demonstra a capacidade que o MPLA tem em acompanhar e permanentemente se adaptar à dinâmica da própria vida interna do partido, da sociedade e da conjuntura internacional”, disse João Lourenço quando discursava.
O também Presidente da República de Angola disse que é com o MPLA “que o país conhece um grande programa de reconstrução nacional e construção de novas infraestruturas como portos, aeroportos, estradas, barragens hidroelétricas, parques fotovoltaicos de energia solar, linhas de transmissão, estações de captação e adução de água, estabelecimentos escolares e hospitalares em todo o país e de todos os níveis”.
João Lourenço enumerou depois vários feitos do partido na governação de Angola internamente e também ao nível das relações externas, referindo “maior credibilidade junto das instituições financeiras e de crédito internacionais”, e destacando a recente visita do Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden.
“O que nos deixa a todos muito orgulhosos pelo que isso significa para a imagem de Angola e as perspetivas de atração do investimento privado estrangeiro e a possibilidade de os empresários angolanos investirem no mercado americano”, frisou.
Para João Lourenço, o engajamento e financiamento norte-americano no Corredor do Lobito, “uma infraestrutura mais segura, rápida e barata de transporte, logística e do comércio mundial, vai contribuir para a segurança alimentar, para a transição e segurança energética mundial e, consequentemente, para o combate às alterações climáticas e suas consequências”.
Altera estatutos pela sexta vez em congressos extraordinários
O Presidente do MPLA, João Lourenço, afirmou, que os ajustamentos aos estatutos do partido vão acontecer, este ano, pela sexta vez em congressos extraordinários.
O líder partidário discursava na abertura do VIII Congresso Extraordinário do MPLA que, até terça-feira, vai discutir os ajustamentos aos estatutos do partido e a tese sobre os 50 anos de Independência Nacional, a assinalar-se a 11 de Novembro do próximo ano.
Ressaltou que os ajustes aos estatutos do partido demonstram a capacidade do MPLA em acompanhar e permanentemente se adaptar à dinâmica da própria vida interna, da sociedade e da conjuntura internacional.
Para João Lourenço trata-se de um congresso extraordinário que vai debater e aprovar a tese “MPLA da independência aos nossos dias, os desafios do futuro” e fazer ajustamentos aos estatutos do partido.
Por outro lado, disse que o partido tem um grande percurso de lutas e de vitórias que remontam à luta clandestina nas cidades e vilas, onde mobilizou angolanos para lutar contra o regime colonial.
Destacou que o MPLA organizou e dirigiu a luta de guerrilha em diferentes regiões, conjugada com a luta dos povos da Guiné-Bissau, de Cabo Verde, de Moçambique e das forças antifascistas lusas, culminando com a queda do regime colonial fascista, a 25 de abril de 1974, em Portugal.
João Lourenço reforçou que o actual partido no poder em Angola sempre lutou contra a intransigência do colonizador em não aceitar a autodeterminação dos povos oprimidos.
Sublinhou que o MPLA foi capaz de mobilizar compatriotas de todas as origens, de Cabinda ao Cunene, do litoral ao leste, entre camponeses, operários e intelectuais, à volta de uma mesma causa, a da libertação nacional.