CORRUPÇÃO DE COLARINHO BRANCO? “SÓ TERRAPLANAGEM DA REFINARIA DO LOBITO CUSTOU MAIS DE 1 BILHÃO DE DÓLARES” IS
Na recente entrevista ao programa Logos, conduzido por Herlander Napoleão, Isabel dos Santos, empresária angolana e filha do ex-presidente da República, levantou sérias questões sobre a gestão da Sonangol e os altos custos associados à construção da refinaria do Lobito. Segundo Isabel, apenas a terraplanagem da obra custou mais de 1 bilhão de dólares.
Durante a conversa, Isabel dos Santos abordou sua trajetória empresarial, sua passagem pela Sonangol e as dificuldades enfrentadas na Inglaterra, que ela classifica como uma perseguição política e não judicial. A empresária enfatizou que nunca fez parte do governo e que toda sua fortuna foi adquirida através de suas atividades no setor privado, iniciando sua carreira em 1998 como revendedora de bebidas da marca Cuca.
Sobre sua atuação na Sonangol, Isabel esclareceu que sua entrada na empresa não se deu por influência do pai, mas sim como parte de uma estratégia do governo angolano, que buscava revitalizar a principal companhia do país, que na época enfrentava sérias dificuldades financeiras devido à queda dos preços do petróleo.
Isabel dos Santos respondeu a questionamentos sobre a quantidade de assessores que a acompanharam, justificando que, assim como um paciente doente investe em sua cura, a Sonangol necessitava de uma equipe multidisciplinar para sanar os problemas que a afligiam. Segundo ela, após 18 meses de trabalho, a empresa começou a registrar lucros e reduziu sua dívida.
A empresária também denunciou o que considera irregularidades dentro da Sonangol, afirmando que a perseguição que sofreu se deve ao fato de sua equipe ter descoberto práticas corruptas que ela se comprometeu a erradicar. Um exemplo citado foi o exorbitante custo da terraplanagem da refinaria do Lobito, que, segundo ela, foi planejada em um local de difícil acesso e com águas rasas, o que tornava o projeto inviável.
Isabel finalizou a entrevista afirmando que suas denúncias e preocupações estão documentadas em um relatório que foi entregue ao presidente João Lourenço, destacando a necessidade urgente de transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos em Angola.