O candidato a liderança da JMPLA, Adilson Hach,  através da sua Subcomissão de Apelação, apresentou uma carta formal de impugnação dos resultados do IX Congresso Ordinário da JMPLA, que elegeu nesta sexta-feira, 22, Justino Capapinha ao cadeirão máximo do braço Juvenil do MPLA, por alegadas irregularidades no processo.

ANNA COSTA

A carta endereçada à Subcomissão de Apelação da Comissão Nacional Preparatória do Congresso, órgão responsável pela organização do evento, questiona a legitimidade do processo eleitoral com base em várias irregularidades.

A impugnação destaca uma série de falhas que, segundo os autores, comprometem a transparência e a credibilidade do congresso, realizado para eleger o novo líder.

O Jornal Hora H sabe que, até ao momento, a comissão eleitoral não emitiu um comunicado oficial sobre o pedido de impugnação.

ÍNTEGRA DO DOCUMENTO

A Sub-Comissão de Apelação da Comissão Nacional Preparatória do IX Congresso Ordinário da JMPLA;

Assunto: Impugnação dos resultados do IX Congresso Ordinário da JMPLA

1. Antes do inicio dos trabalhos eleitorais, o mandatário do candidato Adilson Hach, o Camarada Sténio Savazuca, solicitou a Sub Comissão Eleitoral a integração de um representante de cada candidato na Sub Comissão, na sequencia da orientação do Camarada Gonçalves Muandumba, mas não foi acolhido.

2. Ao iniciar os trabalhos, da contagem feita, estavam presentes na sala 1266 delegados, anunciados de viva voz pelo Presidente da Sub Comissão, o que por lógica corresponderia ao igual número de votos,

3. Acontece que, dos resultados apurados e divulgados pela Comissão Eleitoral, Justino Capapinha obteve 1100 votos, e Adilson Hach 681, dando um total de 1781 votos apurados, portanto, com 515 votos a mais;

4. Se o universo de delegados na sala era apenas 1266, dos quais o Candidato Adilson Hach obteve 681 votos, sobrariam apenas 585 votos para o Candidato Justino Capapinha, dando uma margem confortável de vitória a Adilson Hach;

5. Importa referir também que, a Coordenação de Campanha do Candidato Adilson Hach, recebeu várias denúncias de irregularidades, vindas do Camarada Jose Augusto Domingos “Dorival”, membro da Comissão Eleitoral, consubstanciados no seguinte:

Durante o processo de votação, foram introduzidos sorrateiramente indivíduos na sala pelas portas laterais do CCB, sob o olhar silencioso do Coordenador e Coordenador Adjunto da Subcomissão;

Foram flagrados jovens com credenciais alheias, que usavam sob pretesto de estarem a substituirem outros que não se fizeram presentes na sala, como e caso do Camarada Marcio Corte Real, que alegou estar em substituição do Camarada Armindo Matos, ambos da provincia da Huila,

Diante disso, e considerando a extrema gravidade dos factos acima, solicitamos o seguinte:

6. A anulação dos resultados produzidos pelo IX Congresso Ordinário da JMPLA,

7. Suspensão imediata dos efeitos do relatório da Sub Comissao Eleitoral da CNP.

8. Dada sensibilidade do assunto, e a ausência de um regulamento sobre os prazos nesta matéria, solicitamos o vosso pronunciamento em uma prazo não superior a 48 horas, findo o qual faremos recurso a outras instância, quer a nível da JMPLA, quer a nível da Direcçao do Partido.

Luanda, aos 23 de Novembro de 2024.