BD DIZ QUE A “CABULA” QUE JOÃO LOURENÇO BRINDOU AOS ANGOLANOS ESTÁ CHEIA DE IMPOSIÇÕES E INVERDADES

 O presidente do Bloco Democrático, Filomeno Viera Lopes, disse que a “cabula” que o Presidente da República João Lourenço, brindou este ano aos angolanos está cheia de imposições e inverdades.

ANA MENDES

Segundo ele, muitas são as questões de fundo de fundo referidas que estão fora do alcance do poder autoritário.

“Pela sua natureza este poder autoritário não pode fazer a consolidação da democracia”, referiu o político, quando fazia repelia ao discurso do Presidente da República à Nação.

“Porque insiste no bom funcionamento do partido-Estado e nega a realização plena do estado Democrático de Direito, no País e nos municípios, onde não quer ver funcionar, por um lado, um espaço publico plural e, por outro, o sistema autárquico consagrado na Constituição”, acrescentou.

Na sua opinião, o País real voltou, assim, estar ausente do discurso sobre o Estado da Nação de João Lourenço.

O presidente do Bloco Democrático, Filomeno Viera Lopes, disse que a sua organização política não vai embarcar em celebração dos 50 anos de independência nacional, sem o questionamento da deplorável situação em que o País e a sua população se encontram.

“A celebração da grande conquista e a exaltação de júbilo pela independência não pode servir a narrativa do poder hegemónico do regime de Partido Estado, devendo fazer uma reflexão sobre todo um percurso de oportunidades perdidas, de denegação das liberdades, de repressão sangrenta da diferença e de guerra civil desumana que tanto prejuízo causaram ao País e aos angolanos”, referiu.

Na sua opinião, “a festa da independência, dos 50 anos, tem de ser uma jornada de reflexão e consciencialização dos cidadãos sobre a nossa trajectoria colectiva”.

“Um momento de verdade, em que os heróis têm que ser colocados perante as suas responsabilidades históricas, segundo os referentes éticos que defendemos, sem mitificação, nem culto de personalidade, para que as novas gerações do próximo meio século não continuem, no plano simbólico, a ser colonizadas e oprimidas por aqueles que são responsáveis pela nossa desgraça colectiva”, acrescentou o líder do BD.

De acordo com Filomeno Viera Lopes, as populações do País vivem, no dia-a-dia, imensas dificuldades para fazer face à doença, falta de assistência pela sua incapacidade de pagar exames médicos e medicamentos receitados.

“Os orçamentos das famílias angolanas das classes baixas e médias não suportam os elevados custos da saúde no País, porque as unidades médico-samitárias públicas, apesar da gabarolice dos governantes angolanos, são conchas vazias”, referiu.

Lamentou que o registo civil dos cidadãos angolanos continua por atingir a universalidade e normalidade, visto que mais da metade da população continuam sem o Bilhete de Identidade e este é condição primaria para o exercício de cidadania.

Para o presidente do BD, “a reforma da justiça que criou uma divisão político-administrativa, com a criação de tribunais de relação e de comarca vieram tornar a justiça mais distante do cidadão e mais desigual”.

Disse que o País tem-se revelado incapaz de avançar na diversificação da economia e esta continua “fortemente” dependente da produção petrolífera.

De acordo com o político, “João Lourenço até agora não esclareceu a sua posição em relação aos seus benefícios com a corrupção do regime, não sendo do conhecimento público nem acto seu de devolução de activos, nos termos da Lei contra a corrupção, vem agora anunciar que vai ser aprovada uma nova estratégia de combate à corrupção que deixa de ser persecutória e que vai assentar mais na prevenção de acto de corrupção, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo internacional”.

“O balanço do combate à corrupção da primeira fase é pobre, em comparação com a dimensão da corrupção no País”, referiu sublinhando a corrupção no País, tem crescido e muitos são os casos denunciados publicamente.

“É verdade que todos queremos fazer de Angola um País melhor para todos, mas com a insistência na ditadura, com a negação da democracia local, com as acções equivocadas e as prioridades estabelecidas, não chegamos lá, porque é evidente que o rei vai nu e ainda não se deu conta do ridículo da sua figura”, concluiu.

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