POR MÁ GESTÃO E ABUSO DE PODER: TRABALHADORES DA RÁDIO UÍGE PEDEM DEMISSÃO DO DIRECTOR ANTONIO MALUNGO

O colectivo de trabalhadores da Rádio Uíge, do grupo Rádiodifusão Nacional de Angola exigem a demissão do actual director da estação António Malungo Costa Coxe, alegadamente por  “má gestão” e constante desrespeito aos trabalhadores. Os mesmos dizem que desde que Malungo chegou ao cadeirão máximo, as coisas vão de normal para o pior.

NDOMBI ZADIMENGA

Segundo a denúncia que chegou à Redacção do Jornal Hora H, há quando da apresentação do director, no princípio do ano corrente, António Coxe garantiu trabalhar com todos, onde a palavra de ordem seria a “unidade” e elevar a Rádio Uíge ao mais alto patamar em que se encontrava, após a passagem à reforma do ex-diretor João Rodrigues Alves.

Na primeira reunião que foi considerada como sendo a sua primeira assembleia de trabalhadores, prometeu chuvas de nomeações aos quadros, garantindo que elevaria os demais repórteres e redactores a editores e os editores ao grau de chefes de produção, nos municípios onde há a ausência de efectivos da Rádio Nacional de Angola, que estão a ser por colaboradores, muitos deles, estão há anos esperançosos por uma efetivação nos quadros da RNA, mesmo sem receberem os seus ordenados por parte da Rádio.

“ Decorridos quase 2 anos, nada se vê de melhoria e as nomeações parecem estarem a vir com o Cristo, que continua a ser aguardado com muita expectativa por parte dos cristãos ”, afirma um dos trabalhadores que preferiu o anonimato.

O mesmo profissional, se manifesta agastado com o actual director, que diz usar sempre a linguagem de falta de dinheiro, e que por isso não está a ser possível promover os trabalhadores, tal como havia prometido.

Os trabalhadores, falam ainda em falta de papéis na redação, até para escrever um comunicado, e questiona-se o destino do dinheiro dos comunicados, publicidades e de outros espaços de antena cedidos as igrejas, que têm pagado acima dos 150 mil mensais.

De acordo os denunciantes, a gestão de António Malungo Coxe, é guiada pelo divisionismo e proteccionismo argumentando a falta de capacidades profissionais por partes dos seus colaboradores. “ Só para terem uma ideia, o tal dito conselho de direção onde integram todos os chefes de produção nomeados e indicados assim como editores, não funciona, por razões que só ele sabe ”, disse ao Jornal Hora H outro trabalhador

Acrescentou ainda que, desde que Malungo chegou ao poder, foi forçado por alguns dirigentes da estruturas centrais, uns na reforma e outros ainda no activo, que fizeram da Rádio Uíge a sua praça, e acusam-o de estar a fazer as coisas do seu jeito, onde a vaidade e o desrespeito no tratamento dos seus colegas, muitos deles mais velhos é uma realidade.

“ Nós estamos agastado com este miúdo que nem maturidade tem, é emocionado, demonstrando uma infantilidade, ele tem o seu assessor Orlando Ricardo Kiala, que tem estado a influenciar também de forma errada na gestão da Rádio Uíge, porque também está a lutar para enquadrar a sua mulher”, afirma outro jornalista que preferiu não se identificar, e  aponta a perda da audiência da Rádio,

Até ao momento, segundo algumas sondagens feita pelos profissionais, apenas três ou quatro programas são a preferência dos ouvintes, com destaque para o Uíge aos Sábados, e o Viva a Tarde, resultado de uma programação que foi projectada e apresentada aos profissionais que quase não se cumpre, pelo facto da Área de Produção liderada pelo jornalista Basílio Samuel, não ter liberdade de meter a máquina a funcionar como se devia, alegadamente porque o mesmo não sabe nada de jornalismo.

FUNCIONÁRIOS PREOCUPADOS COM A DEGRADAÇÃO DAS ESTRUTURAS FÍSICA DA RÁDIO UÍGE

“ O edifício continua com pintura velha, as lâmpadas na radio todas fundidas, os quartos de banho sujos e o quintal da radio todo cheio de capim, porque o director menino não presta atenção na empresa, anda muito vaidoso cheio de si”, desabafa o nosso entrevistado.

“ A Rádio Uíge, tornou-se hoje num parque infantil, onde  o jovem Malungo sem maturidade coloca a estação em segundo lugar entrando sempre tarde e saindo muito cedo para atender os seus compromissos e está tão arrogante, não respeita os mais velhos porque diz que goza de simpatia do actual conselho de administração”, rematou,

VIATURA DA RÁDIO USADA SUPOSTAMENTE PARA APOIAR NAMORADA DO DIRECTOR

O colectivo apontou ainda o facto de que a viatura nova que foi para reportagens no âmbito da campanha eleitoral de 2022, passar a ser do Malungo e que colocou à disposição de pessoas de sua intimidade que não fazem parte do corpo empresarial, obrigando os repórteres a andarem a pé ou sacrificarem o que considerou “ míseros salários”.

Estes apresentaram uma alegada rotina em que é usada a viatura da instituição, que serve supostamente de apoio a namorada do director António Malungo.

“ Eis a rotina da viatura, 7 horas leva uma das namorada do director ao serviço, às 15 horas ao ginásio e as 18 horas lhe tira do ginásio  para o Kilomosso, cujo motorista do director para essas missões, é o técnico da área de electricidade da Rádio Uíge, Mabanza Pedro, que como podem imaginar, já não faz o seu trabalho, porque foi requisitado para desempenhar as funções de motorista pessoal do director e da sua namorada”.

 “ Estamos com saudades do antigo Director João Alves, um senhor adulto e responsável, profissional que entende de gestão radiofónica e sabia se posicionar e respeitava os outros, mesmo que fosses menor  a ele ou superior, ah… aquele senhor sim”, lamentou o interlocutor.

Importa referir que, segundo os denunciantes, informações chegam apontando que, vários municípios, com destaque para Negage, Songo, Ambuíla e Damba, não estão a emitir o sinal da RNA, por causa das avarias dos emissores nos últimos dias, uns já remota há meses, que continuam a aguardar a solução, mas que parece estar além, por falta de dinheiro, como tem estado a afirmar a nova direção da Rádio Uíge, liderada pelo jovem António Malungo Costa Coxe.

O Jornal Hora H contactou o acusado por várias vezes para ouvi-lo em contraditório, mas sem sucesso.

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