GENERAL FURTADO CONFIRMA QUE ARMAS QUE CAUSAM A DOR E LUTO EM ANGOLA SAEM DAS UNIDADES DAS FAA E POLÍCIA

 O Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, reconheceu que alguns efectivos das FAA e Polícia Nacional extraviam armas das unidades para venderem aos criminosos que causam o luto e a dar nas comunidades.

ANA MENDES

“Temos casos de militares e polícias que estão a conta com a justiça a nível do País, porque venderam as armas aos bandidos e delinquentes”, identificou Francisco Pereira Furtado, quando falava no acto de promoção de patentes aos efectivos das FAA neste último final-de-semana.

De acordo Francisco Pereira Furtado, algumas análises efectuadas indicam que, dos crimes praticados por delinquentes, em todo o País, verifica-se que as armas são extraviadas nas unidades militares.

O analista político Januário Arsério Querois, lamentou a falta de controlo de armas nas unidades por parte dos comandantes militares e da polícia.

“Há falhas na fiscalização das armas nas unidades. Alguns militares estão aproveitar para adquirir armamento e vender aos bandidos e criminosos”, acrescentou.

“Unidades militares e da Polícia, empresas de segurança privada, são, nessa ordem, a origem das armas de fogo que criam pânico na sociedade”, sublinhou acrescentando que armas compradas legalmente vão parar na mão dos criminosos.

O sociólogo António Lameira Puaty, concorda que as armas na posse dos bandidos são desviadas pelos militares e policiais, que as revendem aos bandidos.

O sociólogo culpa também o Executivo que durante a guerra armou milhares de civis que até hoje, não consegue os desarmar.

“O processo de desarmamento da população civil é condição essencial para a consolidação da paz e democracia no País, além de permitir aliviar o sentimento de insegurança dos cidadãos”, disse.

Segundo ele, o fim da guerra em Angola permitiu conhecer a existência de esconderijos de armamento em posse de civis, e das empresas privadas de segurança, incluindo de ex-militares.

“É elevada a proliferação de material de guerra entre os civis. Armas nas mãos de civis são séria ameaça à segurança de Angola”, concluiu.

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