MINISTRO FRANCISCO FURTADO SEM A CORAGEM DE REVELAR OS NOMES DOS GOVERNANTES ENVOLVIDOS NO CONTRABANDO DE COMBUSTÍVEIS
O Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, escondeu os nomes de altos dirigentes do País envolvidos no contrabando de combustível para a República Democrática do Congo.
FRANCISCO MWANA ÚTA
Durante uma reunião da comissão multissectorial, criada pelo Presidente da República para combater crimes transfronteiriços, com foco no contrabando de combustível, pesca ilegal e imigração irregular, realizada segunda-feira, 03, na cidade do Soyo, província do Zaire, Francisco Pereira Furtado, afirmou que há individualidades identificadas envolvidas nesse fenómeno, incluindo governantes, antigos governantes, oficiais generais, oficiais comissários, autoridades administrativas a nível provincial e municipal, além de autoridades tradicionais.
“São todos amigos envolvidos neste negócio, por isso, o Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, não teve a coragem de divulgar nomes”, disse a este jornal, o analista político Alberto Santos Vilmora.
O analista considerou que a corrupção é geradora de pobreza no seio das populações, como consequência do desvio do erário por parte de alguns gestores públicos.
“A corrupção impede qualquer Estado de satisfazer as necessidades da população”, afirmou, defendendo a realização, em todo o País, de campanhas de sensibilização dirigidas aos gestores e funcionários públicos, para prevenir o fenómeno.
“A imagem do País lá fora está mal. Queremos que haja coragem para responsabilizar as pessoas”, acrescentou.
Refira-se que o Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, denunciou na terça-feira, na cidade do Soyo, província do Zaire, o envolvimento de altos dirigentes do país no contrabando de combustível para a República Democrática do Congo (RDC).
Segundo o ministro, 52% dos casos de contrabando de combustível no país acontecem na província do Zaire.
O ministro também apontou o excesso de postos de abastecimento de combustível no Zaire como um factor que contribui para o contrabando, mencionando que a liberalização na emissão de licenças para a comercialização de derivados de petróleo levou à proliferação desses postos.
Entre as medidas propostas para combater o problema estão o controle e fiscalização rigorosa dos postos de aquisição de combustível em Luanda e dos transportes para o interior do País.
Foi estabelecido um prazo de 30 dias para interromper as práticas ilegais no terminal fluvial de Kimbumba, no município do Soyo, devido ao seu papel significativo no contrabando de mercadorias para a RDC.
Além disso, o Governo pretende melhorar o terminal fluvial de passageiros e mercadorias do Soyo para dinamizar a rota entre o Soyo e a província de Cabinda.
A quando da visita do Presidente da República, na província do Zaire, o governador local, Adriano Mendes de Carvalho já havia manifestado preocupação sobre o contrabando de combustível.