“MEDIDAS DO EXECUTIVO PARA O COMBATE À FOME E À POBREZA SÃO INÚTEIS” – UNITA
A UNITA diz que as mediadas do Executivo sobre o combate à fome e à pobreza que deveriam passar pela adopção de políticas públicas consistentes e duradouras, que estimulem a produção interna, são inoperantes.
ANA MENDES
“À fome, pobreza, o acesso aos serviços básicos de saúde e educação e a oferta de emprego para juventude fazem parte do conjunto de desafios, políticos, sociais e económicos que Angola enfrenta. O Executivo está sem alternativas”, disse esta segunda-feira, o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberti Chiyaka.
O deputado do principal partido da oposição que falava durante um encontro com uma plataforma religiosa composta por Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA), Católica Romana e Fé Apostolica, referiu que apesar das estimativas do Executivo apontarem para uma redução da pobreza, Angola está a viver situações graves de pobreza, fome e miséria.
“É uma grande humilhação a situação dos angolanos. Não é normal o que estamos a passar agora, milhares de pessoas a comerem nos contentores”, acrescentou Liberty Chiyaka, argumento que com a ampliação da administração central e local do Estado, a situação vai piorar cada vez mais.
Este responsável da UNITA considera que os 49 anos da independência nacional, contrasta com a realidade actual no País com aumento expressivo da pobreza e do desemprego e a subida dos preços dos produtos essenciais.
“O País tem tudo para crescer economicamente, mas a governação não corresponde. A tal diversificação de economia é uma miragem”, referiu
A plataforma que foi ao encontro do Grupo Parlamentar da UNITA para apresentar a situação social no sul de Angola, diz que a carência económica e financeira que afecta as famílias angolanas dificultam a auto-sustentabilidade o que agrava a sua condição social.
Para a plataforma, o Governo tenha feito algum esforço para combater a pobreza, ainda assim é um trabalho insuficiente, o que tem afectado “gravemente” a condição social das famílias, principalmente as que habitam nos meios rurais onde há carência de bens e serviços de primeira necessidade, experimentado diariamente o sabor da extrema pobreza.
Refere ainda que as pessoas que vivem em zonas mais recônditas sentem a pobreza numa proporção asfixiante.
A plataforma identificou que, muitos agricultores manifestam-se preocupados com a deterioração, todos os anos, de milhares de toneladas de produtos agrícolas diversos, devido à degradação da estrada, que dificulta o seu escoamento para os grandes centros de consumo.
Acrescenta que os poucos agricultores que conseguem escoar os seus produtos para os mercados informais fazem-no, muitas vezes, com custos muito elevados, porque a oferta de meios de transporte é muito escasso.
Para se ultrapassar este constrangimento, a plataforma acha que se deve apostar “seriamente” na reabilitação das estradas do interior, particularmente àquelas que ligam às zonas produtoras aos principais mercados de consumo.