MAIS UM NEGÓCIO DOS AMERICANOS: DUAS OPERAÇÕES COM ROBÔ CUSTAM QUATRO MILHÕES DE DÓLARES AOS COFRES DO ESTADO

O Executivo angolano gastou cerca de quatro milhões de dólares, na aquisição de dois robôs para cirurgias, que beneficiaram a operação de dois cidadãos que recuperam satisfatoriamente.

ANNA MENDES

Um robô custa entre um a dois milhões de dólares, preços que Executivo angolano pagou pelos dois aparelhos que estão a fazer operação em Angola, com ajuda de uma equipa médica norte-americana.

Segundo o médico Kifila Miguel, o modelo mais comum custa, em média, 3 milhões de dólares por um robô e além do valor de compra, a máquina precisa de uma manutenção e revisão preventiva mensal que custa cerca de 40 mil dólares.

“Tudo isso obviamente contribui para elevar o valor das cirurgias. Não sabemos se o País terá a capacidade de continuar com este tipo de operação”, disse. 

Segundo ele, a cirurgia robótica veio para garantir aos pacientes maiores chances de cura ou, em casos não tão positivos, o controlo da doença.

“Entre os benefícios da cirurgia robótica especificamente para o câncer da próstata está a potencial diminuição dos riscos de disfunção erétil e da incontinência urinária”, frisou que, além disso, por ser pouco invasiva e contar com a precisão de movimentos nas pinças do robô durante a operação, a recuperação tende a ser muito mais rápida.

“A alta hospitalar, por exemplo, acontece em até 48h após a cirurgia e após duas semanas de pós-operatório o paciente já pode voltar a dirigir e a trabalhar, caso o seu ofício não exija muito esforço físico. Finalmente, exercícios mais intensos são liberados após 3 meses de pós-operatório”, sublinhou.

“Mas a cirurgia robótica é mais cara que outros métodos. O custo inicial das máquinas, os instrumentos descartáveis necessários, os contratos para manutenção dos dispositivos e o tempo extra gasto nas salas de operação fazem com que seja tão cara que muitos hospitais não podem usá-la. O custo médio inicial para um conjunto robótico é de cerca de dois milhões de dólares”, explicou.

O deputado da UNITA, Manuel Domingos Fonsenca, disse que a operação robótica é mais um negócio para os médicos americanos ganharem o seu dinheiro em Angola.

“Quando dizem que com este feito, Angola torna-se o segundo país da África subsariana a realizar a cirurgia robótica. É preciso fazer ainda mais, porque o País tem muitos problemas em termos de saúde”, acrescentou.

Refira-se que o País realizou, recentemente, no Bloco Central do Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda, a primeira cirurgia robótica a um paciente com cancro da próstata.

A cirurgia conduzida por médicos estrangeiros e nacionais levou cerca de uma hora a ser realizada. O primeiro robô cirúrgico, colocado à disposição do Serviço Nacional de Saúde, para a realização das primeiras cirurgias robóticas de cancro da próstata no país, foi instalado há dias em Luanda.

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