VOTOS DE 2027 AMEAÇADOS NO MPLA: GENERAIS “DINO MATROSSE” E EUGÉNIO DE BRITO, COM “PINHA NA GARGANTA”
O antigo secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse” e general na reforma, Eugénio de Brito, foram mandatados por ex-militares das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), para transmitiram o “quadro negro” que estes combatentes que lutaram para a libertação de Angola atravessam.
ANA MENDES
Na cerimónia que serviu para homenagens aos ex-militares das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), no Cine Atlântico, em Luanda, estas duas figuras foram indicadas que fossem porta-vozes junto Presidente da República, João Lourenço, para informarem a humilhação que passam para a sua sobrevivência.
Na actividade organizada pela Associação de Apoio aos Combatentes das ex-FAPLA, os participantes avisaram que caso não se resolva a situação, o MPLA não vala a pena contar com o voto deles nas eleições de 2027.
Segundo os ex-militares das FPLA, o MPLA os esqueceu, desde a morte de Jonas Savimbi, em 2002, altura em que o País conquistou a paz efectiva.
“O MPLA esqueceu os ex-militares em 2002, altura em que acabou a guerra. Foi neste período 2002 a 2014, em que o País ganhou muito dinheiro com as receitas do petróleo e não fomos tidos nem achados”, segundo o depoimento dos ex-militares presentes na cerimónia.
Estes ex-militares avisaram, que já não vão mais aceitar as promessas do Executivo do MPLA nas vésperas das eleições e, quando as ganham o povo é esquecido.
“Ontem fomos rusgados em baixo das camas para defendermos a pátria, hoje já ninguém se lembra destas casas onde éramos buscados a força. Por isso, pedimos aos dois generais que levam esta mensagem junto do Presidente João Lourenço, para urgentemente rever a nossa situação”, avisam.
Preocupados com a situação, as duas figuras que reconheceram as dificuldades do Executivo na resolução dos seus problemas, garantiram que tudo será encaminhado ao Presidente da República.
“Fiquei muito atento com as vossas preocupações que também são nossas. Tomei a nota”, prometeu o general Eugénio de Brito, frisando que apesar dos parcos recursos financeiros na sequência da crise económica que o País atravessa, tudo será feito para minimizar a situação.
Na cerimónia, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, membro do Conselho de Honra do MPLA, destacou a origem das FAPLA, que surgiram do Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA) e foram proclamadas em 01 de Agosto de 1974.
Eusébio de Brito Teixeira, antigo primeiro secretário provincial do MPLA no Cuanza Sul e membro das FAPLA, ressaltou que este exército constituiu as primeiras forças armadas da então República Popular de Angola, unindo companheiros de trincheira em lutas heróicas.
Caetano Marcolino, presidente da Associação de Apoio aos Combatentes das ex-FAPLA, afirmou que a cerimónia homenageou todos os ex-militares, viúvas e descendentes, 50 anos após a proclamação das FAPLA pelo Primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto.
Entre os homenageados estavam o Presidente da República, João Lourenço, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, o Secretário do Bureau Político do MPLA para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Pedro Neto, e o antigo Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, entre outras personalidades.
Durante o evento, foram entregues medalhas e certificados de mérito. A cerimónia contou com apresentações musicais de Don Caetano, Lulas da Paixão, Calabeto e Urbanito Filho, descendente de Urbano de Castro, que transformaram o momento em um ambiente festivo para os antigos combatentes.