AGENTES DO SIC ACUSADOS DE SE FAZEREM PASSAR POR JORNALISTAS E MEMBROS DA CRUZ VERMELHA PARA CONCRETIZAREM DETENÇÃO DO GRUPO KONDA MARTA

Foi sequestrada, na tarde de ontem, sexta-feira, 4, por supostos elementos do Serviço de Investigação Criminal, disfarçados de membros da organização humanitária, Cruz Vermelha, uma das camponesas da empresa Konda Marta, identificada por Mimosa Alfredo Camongo, defronte a Polícia Judiciária Militar, informou uma fonte da empresa ao Jornal Hora H

ANNA COSTA

Segundo a fonte do Jornal Hora H, a acção do SIC serve para concretizar a acusação imposta ao Director da Empresa Konda Marta que litiga com oficiais superiores da Polícia Nacional e das Forças Armadas Angolanas, nos terrenos localizados no Distrito Urbano da Cidade Universitária, em Luanda, de estar a dirigir uma associação criminosa.

“ Eles como inventaram que a detenção do Director Daniel Neto é por crime de associação criminosa, então querem apanhar um por um para depois chamarem a TPA e mostrarem a suposta associação que eles dizem ser de malfeitores. Porque eles disseram que só precisam de 7 pessoas” disse a fonte ao Jornal Hora H

A fonte conta que, um dia antes do alegado sequestro e detenção, os supostos agentes do SIC, foram aos terrenos, e fizeram-se passar de homens da organização Cruz Vermelha, que se dispuseram em ajudar as crianças daquela zona, filhos e netos dos camponeses que enfrentam um conflito de terras há alguns anos.

Os supostos agentes do SIC, de acordo com a fonte, fizeram uma espécie de entrevista às camponesas que se encontravam no local e comprometeram-se em ajudar com uma quantia de quatrocentos mil kwanzas para a compra de alimentação, mas que o referido dinheiro só estaria disponível no dia seguinte.

“ Nós dissemos a eles que no dia e hora que eles pretendem dar o dinheiro, estaríamos na Polícia Judiciária e acertamos nos encontrarmos aí mesmo nas imediações para nos fazer chegar os valores prometidos. Quando chegamos ao nosso destino (PJ), eles ligaram e disseram que estavam próximo da Unidade Operativa que podemos chegar lá para pegar os referidos valores”, contou uma das vítimas que escapou do sequestro.

Inocentes, as camponesas foram ao encontro da suposta organização humanitária, quando, pelo movimento estranho dos agentes em campos, perceberam que a conversa não passava de uma “isca” para a concretização da detenção. Disseram ao Jornal Hora H.

“ Tinham um carro Land cruser perto, onde estava um homem que fazia sinais, e vimos que dos dois lados vinham homens na nossa direcção para nos agarrar. Eu gritei que o homem era isca que quer nos sequestrar, corri para o outro lado da estrada, até ao quintal da Polícia Judiciária, mas a outra não teve tempo de fugir, lhe colocaram no Land Cruser e foram com ela”, contou a fonte.

O Jornal Hora H, sabe que a camponesa detida, está neste momento na Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) Luanda, onde se encontra actualmente o Director da Empresa, responsável dos camponeses, Daniel Neto, detido de igal modo no dia 10 de Junho, defronte a Polícia Judiciária Militar.

Você não pode copiar o conteúdo desta página