DIRECTOR DA EDUCAÇÃO DO TALATONA INÁCIO GONGA CONDENA USO DE CÁBULAS NA CLASSE ESTUDANTIL
O Director Municipal da Educação do Talatona, Manuel Inácio Gonga, considerou o uso da cábula uma prática condenável e desprezível por entender que pode distorcer realidades e resultar na existência de quadros mal formados que não conseguem contribuir com o seu saber, para um país melhor. A visão, analítica e crítica, foi apresentada numa entrevista emitida no serviço noticioso matinal, da Televisão Pública de Angola.
LUÍSA MUDILO
Ao responder se o número excessivo de estudantes numa turma pode ou não interferir na fiscalização das provas, Inácio Gonga, frisou que se o professor se compromete em transmitir conhecimentos aos alunos, as condições criadas à sua volta devem facilitar a sua actividade, sublinhando que o recomendável são 35 alunos para cada turma.
“Mas em função da nossa realidade, o Ministério da Educação, alargou para 45. Não devemos tapar o sol com a peneira, ainda temos realidades que nos inquietam”, disse.
Relativamente, a atitude que os professores devem ter quando o aluno é encontrado com uma cábula, Inácio Gonga, argumentou que é conveniente, a aplicação de um castigo e a prova deve ser anulada para, posteriormente, notificar os pais ou encarregados de educação, concernente a que considerou má conduta do seu educando, de modo a trabalhar e moldar o comportamento do estudante.
O Director Municipal da Educação, informou que durante as reuniões realizadas com os professores, tem sido apelado, para que as práticas que retiram a qualidade de ensino em Angola, sejam banidas. Para o efeito, foi transmitida a ideia de os professores serem mais “missionários ao invés de mercenários”.
O também professor há mais de 40 anos, fez uma comparação das condições anteriores e actuais da educação em Angola, destacando que houve melhorias em termos de quantidades de escolas, com a implementação do Plano Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM), que têm ajudado a desafogar o número de estudantes nas salas de aulas, porém, reconheceu que ainda há situações que merecem a atenção especial de quem administra o processo.
“ Não adianta ter muitos alunos transitados, sem conhecimentos próprios, daquilo que foram transmitidos ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Nós queremos que o ensino de base e as nossas universidades, prepararem pessoas que sirvam o país” disse o professor que classificou a cábula como uma “ falsificação”.
Para ele, é necessário unir a teoria e a prática, para que o aluno vá à universidade formatado.
De relembrar que este ano lectivo foi marcado com a realização da segunda fase dos exames nacionais escolares, para os alunos da 6ª, 9ª e 12ª classes, na semana passada, numa organização do Instituto Nacional de Avaliação e de Desenvolvimento da Educação (INADE), que contou com a participação de 143 mil e 360 alunos do subsistema do Ensino Geral de instituições públicas, público-privadas e privadas do país.