MORADORES DA ESTALAGEM SENTEM-SE INJUSTIÇADOS COM CORTE DE ÁGUA HÁ MAIS DE 6 MESES
Os moradores do KM 9B, Distrito da Estalagem, no município de Viana, em Luanda, encontram-se privados do consumo de água potável desde Novembro de 2023, em consequência de um corte da EPAL de forma colectivo, sem aviso. O que os leva a concluírem que a ausência de água naquele sector de cerca de 1000m³ trata-se de uma exclusão, discriminação e injustiça por parte das autoridades.
ANNA COSTA
As reclamações com relações a água naquela zona de Viana, segundo os moradores, têm sido recorrente e é do conhecimento do administrador municipal Demétrio de Supúlveda, do Distrital, Eduardo Fernando, e dos Representantes dos Sectores 1,2,3 e 5 da Comissão de Moradores.
Em consequência, a população tem de se deslocar as grandes distâncias para obter o precioso líquido ou consumir água “imprópria” dos tanques, comprada a preço de 100 à 120 kwanzas a cada bidão de 20L que está provocar surtos de doenças, tais como: cólicas, febre tifoide, sarna e diarreia principalmente às crianças, conforme detalharam os denunciantes.
“ São aproximadamente 1000 à 1200 kwanzas por dia e 30 à 36 mil kwanzas por mês, numa altura em que se fala de programa água para todos. Numa zona onde 95% das casas possuem sistema de água e torneira com custos para o erário público” contaram os populares ao Jornal Hora H.
Segundo eles, muitos moradores/clientes da Epal estão a ser notificados via telefónica com mensagens da EPAL, a cobrar água dos meses cuja mesma não foi distribuída nem consumida.
Recorda-se que nesta comunidade, o consumo de água é alimentada a partir do Centro de Captação e Tratamento de Água dos Mulenvos e que esta zona foi o epicentro da Cólera no município de Viana aquando do surto de 2006.
“ As localidades limítrofes incluindo alguns sectores do KM 9b têm água corrente nas suas casas, com o volume e tempo de distribuição considerável (15 à 20h) tais como, Papá Simão, Cruz Linda, os sectores 4 e 6 do KM 9B situados ao norte, o bairro KM 12B (44ª Esquadra), bairro 6 ao leste a zona do jindungo junto a Linha Férrea situado à sul” disse a fonte.
De acordo com a fonte, aquando de uma reclamação de 16 de Junho de 2017, o Director Municipal de Energia e água do Município de Viana, disse que, o sistema não tem capacidade de bombear água naquela zona, apontando, como solução, a implementação de fontenários, no entanto, a zona possui escavações para fontenários, mas nenhum estritura foi erguida na localidade.
Sobre o assunto, o ex-administrador Adjunto para a área Técnica e Infra-estrutura, Fernando Mbiji, justificou ao “programa a voz da comunidade” da Rádio Ecclésia que a ausência de água nesta localidade como resultado de um vandalismo, apesar da controvérsia a água foi restabelecida dois meses depois.
“ Na véspera e após eleições de 2017 e 2022, o restabelecimento da água fez-se sem constrangimentos e em alguns casos verificam-se vazamento de água em algumas ruas deste bairro, o que indicam disponibilidade do sistema. E, quando há pressão dos clientes, a água é restabelecida num período que dura semanas ou um mês no máximo. Ninguém dá o que não tem” disse a fonte do Jornal Hora H.
Diante os factos porque a comunidade diz acreditar na boa vontade dos governantes de resolver problemas que afligem as populações, solicitam aos responsáveis que ajudem a resolver o problema e “atenuar o sofrimento”.