HOUVE “MUITA BOA GENTE” QUE CONVULSIONOU COM O RESULTADO DO ANC- MAS O HOMOLOGO MPLA NEM PRECISA DE PÔR A SUA BARBA DE MOLHO PORQUE “ESTÁ TUDO DOMINADO” – MARCOLINO MOCO

O antigo secretário-geral do MPLA, Marcolino Moco, revelou que houve “muita boa gente” em Angola, que convulsionou por causa da perda da maioria absoluta dos “amigos” do ANC, na África do Sul, depois de longos 30 anos no poder.

ANA MENDES

“Em Angola, infelizmente, com muito boa gente a convulsionar por causa da perda da maioria absoluta dos “amigos” do ANC, depois de longos 30 anos de descansada supremacia absoluta, o homólogo MPLA nem precisa de por a sua barba de molho porque “está tudo dominado”, escreve também o antigo Primeiro-Ministro

“Imagine-se que em 2027 o MPLA obtenha um resultado semelhante ao que obteve o ANC agora. Ainda assim, segundo a “irresponsável” (reparar nas aspas) constituição de 2010, essa nossa “gloriosa” e inamovível organização política imporia, calmamente, o seu presidente como o presidente de todos os angolanos, com todos os poderes excepcionais que conhecemos, sem qualquer segunda volta ou ter que andar em conversas com qualquer partido da oposição”, acrescenta Moco.

Na sua opinião “é muito grave isso e pouca gente parece preocupada com esse bloqueio total do sistema político, até que um dia, naturalmente, ele será rompido por uma das piores formas que se possa imaginar, depois de tantas convulsões a que já os angolanos foram sujeitos”.

“É isso e outras fechaduras que não resolvidas não permitirão a realização de quaisquer tipo de eleições que contribuam para que se dê algum passo em frente contra a arrogância dos mandantes, a promoção da incompetência, a destruição do empresariado nacional, o desencorajamento do investimento estrangeiro, a proliferação do desemprego e da fome, etc, etc”, frisou.

Por tudo isso, de acordo com Moco, fica triste quando repara no que pensa ser uma ingenuidade de certa oposição que acha que mesmo com este sistema fechado se pode obter uma vitória esmagadora que vai mudar o mundo para melhor, tanto nas indefinidas autarquias como nas inqualificáveis “presidenciais-legislativas” como ainda serão as de 2027.

“Mas a minha tristeza é maior quando ouço os mal anunciados possíveis sucessores do actual “tout puissant” Presidente do MPLA/Angola, cuja principal preocupação é reverter, consideravelmente, os supostos resultados menos positivos de 2022, com certeza tendo a “nossa CNE e o nosso TC” mais operacionais, os comités do partido revitalizados e a oposição enfraquecida, com os métodos artificiais bem conhecidos”, notou.

Ao concluir disse ser necessário, lançar as bases para a reconstituição de instituições sérias no País, que começaram a ser demolidas, paradoxalmente (sempre a repeti-lo), a seguir à da paz de 2002.

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