“OU NÓS ACABAMOS COM O REGIME, OU O REGIME ACABA CONNOSCO, MAS NÃO VAMOS NOS VERGAR” AFIRMOU O SECRETÁRIO PROVINCIAL DA UNITA EM MALANJE

O primeiro secretário provincial da UNITA em Malanje, Deputado Mardanez Kalunga, acusou o regime angolano de ser ditatorial e de serem capazes de tirar várias vidas humanas de modo a assustar e atingir o alvo. Tais declarações foram feitas na conferência de imprensa, realizada nesta segunda-feira, 20, em resposta ao comunicado da Polícia Nacional que descartou a tentativa de assassinato ao deputado Carlos Xavier

ANNA COSTA

Segundo Madanez Kalunga, a UNITA em Malanje, vai continuar a comunicar a sociedade de como os regimes ditatoriais criam cenários para um clima de medo, para os futuros desafios. “ Os regimes ditatorial têm essa técnica. Os ditadores podem matar milhares de pessoas, mas o foco deles principal é só um, mas a UNITA e FPU não vão se deixar intimidar, vamos continuar a trabalhar para defesa dos interesses dos angolanos, em particular dos malanjinos. Ou nós acabamos com o regime, ou o regime acaba connosco, mas não vamos nos vergar”, disse o Secretário Provincial da UNITA na Conferência de Imprensa de ontem.

A reacção surgiu após a conferência de Imprensa da Comando Provincial da PN em Malanje, na passada terça-feira, onde o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Ministério do Interior, Junqueira António disse que o episódio que aconteceu com o deputado Carlos Xavier foi acidental e que não era o alvo dos meliantes, sendo que a viatura foi acidentalmente atingida com dois disparos de arma de fogo, na sequência da perseguição de um cidadão maliano que desenvolve actividade comercial no mercado informal da Xawandeo. Mardanez Kalunga, disse não ser verdade, reafirmando a tentativa de assassinato, explicou os meandros da acção fracassada dos meliantes.

“ O deputado saia do mercado e apareceu uma moto no lado da porta que fecha a viatura, o motorista viu o pendura a sacar a arma e ele acelerou e gritou que esse homem vai disparar contra o carro do Chefe e saiu gritando para que o escolta disparasse, mas não havia ângulo para tal, foi assim que o motoqueiro armado, saltou rapidamente da moto e faz disparos contra a viatura do deputado e atinge o primeiro pneu a porta. A intenção dos meliantes era atingir o motorista para o carro parar e depois fariam o que bem entendessem”, explicou Mardanez Kalunga .

 De acordo com o político, a motorizada que se diz estar sob tutela da polícia, onde se fazia transportar uma senhora, não é a que fazia os disparos, pois que a motorizada em questão se faziam transportar dois homens, um deles, segundo diz, fez o disparo directamente no carro onde se encontrava Carlos Xavier.

Segundo o Mardanez, desde que a UNITA elegeu dois deputados em Malanje, têm sido vítimas de “fortes ameaças”, e entende que o “tratamento diferenciado” das autoridades locais, dá pista para qualquer um notar a vulnerabilidade em que estão sujeitos.

“ Recentemente a bancada parlamentar da UNITA, fez deputação de proximidade de contacto com a população, recebemos colegas de Luanda, recebemos, não tivemos cobertura da Polícia Nacional, escrevemos para o governo e para o Comando da Polícia. Liguei para altas patentes da polícia e eles me disseram, não se preocupa, estamos a fazer policiamento de baixa visibilidade. Não passou uma semana estava aqui uma colega da bancada parlamentar do MPLA, uma secretária que veio em missão de serviço, mas não pela bancada parlamentar, veio como membro de acompanhamento do Bureau Político da província de Malanje, mas as instituições pararam, uma única pessoa teve uma alta protecção das autoridades locais, mas um grupo de deputados da bancada da UNITA, não tiveram”, contou.

Para o número um da UNITA, nas terras da Palanca Negra Gigante, só quando há mistura de deputados do MPLA e UNITA, ou apenas do MPLA é que há forte cobertura. E referenciou que, o mesmo posicionamento vê-se na administração pública, onde quase as administrações param de funcionar quando vem um gestor da coisa pública do MPLA.

“ O Hospital ficou desde manhã a espera de uma deputada, até quase 18 horas, funcionários não podiam sair porque a deputada do MPLA, está aí. São estes factos que não podemos encarar de ânimo leve. Na sede de um pronunciamento com uma certa arrogância de desalojar o inclino, conforme eles dizem”, disse o Deputado que entende que o suposto posicionamento negativo do MPLA é por essa força política saber que trabalho a Frente Patriótica tem feito naquela província.

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