FALTA DE ORDEM E COMPETÊNCIA: TETÉ ANTÓNIO ACUSADO DE PERDER O CONTROLO DO MIREX
Os funcionários do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), acusam a liderança da instituição de perder o controlo da gestão do Ministério o que está a provocar descontentamentos aos trabalhadores que reclamam pelos atrasos salariais, falta de duodécimos, promoção de carreiras entre outras dificuldades internas. Denunciou uma fonte do MIREX ao Jornal Hora H.
ANNA COSTA
Segundo a fonte que preferiu o anonimato, o incumprimento das leis e violação dos direitos dos trabalhadores são as maiores preocupações, assim como as constantes ausências do Ministro Tete António no ministério que dirige tem criado desordem na instituição.
“ Existe aqui dentro muita intriga e pouco resultado. O Ministro não para no Ministério e os secretários viraram embaixadores e inspectores, porque a inspecção não funciona. Há falta de promoção nas carreiras. Os estrangeiros nas Embaixadas estão em maior quantidade que angolanos, os angolanos convertidos em estrangeiros a quererem mais regalias que os diplomatas, mas infelizmente, estamos a andar mesmo assim” denunciou
De acordo com a fonte que disse estarem com muito trabalho e, ao mesmo tempo, muitas dificuldades, os duodécimos trimestrais são insuficientes. Estes são transferidos quando termina o trimestre, porém, até ao momento, nenhuma embaixada recebeu os valores do trimestre que termina em junho.
Outra preocupação apresentada tem a ver com as “muitas viagens” para o exterior dos secretários de Estado e dos directores e as Embaixadas não enviam as dotações orçamentais, assim como, atendendo a alegação da falta de divisa, ainda assim, movimentam “quadros sem carreiras”.
“ Se bem que devem sair, sim, mas prejudicam o bolo geral, de facto saiu um artigo sobre seguros e horas extraordinárias para trabalhadores locais, mas nada pagam. Compreende-se que não há divisas!! Continuam a movimentar quadros com subjectivismo e não os de carreira”, disse a fonte ao Jornal Hora H
“ Os trabalhadores locais, a maioria já estrangeiros, utiliza as redes sociais para denegrirem o Governo e as instituições. Dizem que o Ministro não tem autoridade e quem quer ter é colocado sem trabalho aguardando colocação durante anos”, disse.
A fonte do Jornal Hora H, contou ainda que há Embaixadores que não estão no posto, por falta de dinheiro e orçamento, não poderão abrir mais missões diplomáticas. Dando razão a secretária de Estado para relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, a fonte acredita que muitos funcionários locais estrangeiros devem ir para a reforma e serem facilitados também tais postos a angolanos.
“ Não aceitam a rotação. Terminado o período de um Mandato de quatro a cinco anos, devem ser rodados. Há países que rodam com mais tempo, mas os Embaixadores normalmente de 4 a 5 anos são rodados”.
Para a fonte, as lutas internas, são as razões da “tamanha” desordem no MIREX e entende que as carreiras devem ser adoptadas, mas nos recursos humanos devem estar quadros do MIREX que conhecem o processo dentro da instituição.