POLÍTICOS CONTINUAM A AMEAÇAR A LIBERDADE DE IMPRENSA A NÍVEL GLOBAL
A edição 2024 do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa elaborado pela Repórteres sem Fronteiras (RSF), publicado hoje, revela que entre os cinco indicadores que compõem a pontuação dos países, (Político, económico, legislação, social e segurança) o indicador político foi o que mais caiu em 2024, com queda global de 7,6 pontos.
ANNA COSTA
Segundo a organização RSF, um número crescente de governos e autoridades políticas não cumpre o seu papel de garantidores de um arcabouço exemplar para o exercício do jornalismo e do direito do público à informação confiável, independente e plural. Por isso, disse que observa uma deterioração preocupante no apoio e respeito à autonomia dos meios de comunicação e um aumento na pressão exercida pelo Estado ou por outros intervenientes políticos.
“Em escala global, uma coisa é clara: a liberdade de imprensa está ameaçada pelas mesmas pessoas que deveriam ser os seus garantidores”, afirmou
Em África, particularmente, a RSF fez uma análise sobre o jornalismo entre a repressão e a pressão em contexto eleitoral, e apresentou como exemplo a África Subsariana, onde os períodos eleitorais trouxeram muita violência contra jornalistas e meios de comunicação, por parte dos actores políticos e dos seus apoiadores.
Como foi o caso da Nigéria, onde quase vinte repórteres foram atacados no início de 2023. Em Madagáscar, cerca de dez deles foram atacados por forças de segurança e activistas políticos durante manifestações pré-eleitorais. Na República Democrática do Congo, onde a intimidação a jornalistas por parte de figuras políticas é regular.
Outros países da região persistiram numa lógica de aparelhar os meios de comunicação cuja composição é por vezes favorável às autoridades políticas ou sujeita a elas – para suspendê-los sem qualquer decisão judicial.
O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa celebra o direito de todos os profissionais da mídia actuarem com a investigação e publicação de informações verídicas. A tentativa de controlar essa actividade, bem como os meios de comunicação, se chama censura, que é exactamente o contrário da liberdade de imprensa.