DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO NO JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO COM A COMUNIDADE ANGOLANA RESIDENTE EM PORTUGAL
Gostaria de começar por agradecer a presença de todos, agradecer o facto de terem correspondido positivamente ao convite que vos dirigi para, durante alguns minutos – quem sabe algumas horas! -, estarmos aqui nesse espaço agradável a conviver entre nós angolanos.
Aquando da visita de Estado que realizei a Portugal, uns anos atrás, tive a oportunidade de manter também um encontro com a comunidade angolana cá residente, mas naquela ocasião fizemos num formato diferente deste. Foi uma reunião formal, numa sala de reuniões, do jeito pergunta-resposta.
Desta vez, entendi que devíamos mudar de formato, para estarmos mais próximos uns dos outros. Não estamos numa reunião, mas sim num ambiente como este, em que sem grandes protocolos vamos conversar entre nós.
Eu vou andar de mesa em mesa e, se calhar, alguns vão se deslocar das suas mesas para a minha. Acredito que estaremos melhor assim do que se estivéssemos numa sala de reuniões.
As reuniões fazem as nossas missões diplomáticas e consulares, ali onde estiverem. Essas, sim, têm a obrigação de reunir com os membros da comunidade para conhecerem os seus problemas, as suas dificuldades, as suas aflições, os seus sucessos também, quer na vida estudantil, para quem é estudante, quer na vida profissional, para quem é profissional.
Portanto, esta é a missão, digamos, das missões diplomáticas e consulares, que depois reportam tudo o que sabem da vida das comunidades às autoridades, em Luanda.
Nós, a partir destas últimas eleições, dêmos um sinal muito claro de que os angolanos são angolanos ali onde estiverem.
Pela primeira vez, os angolanos a residirem no exterior puderam exercer o seu direito constitucional de votar, e de serem eleitos, de contribuir para a consolidação da nossa democracia. E assim deve ser em tudo, não apenas no que diz respeito a eleições.
Há comunidades residentes no exterior há bastantes anos, há décadas, pelo menos.
Ainda há cidadãos indocumentados, que não têm o bilhete de identidade de Angola, não têm o passaporte angolano. Este esforço também está sendo feito no sentido de quem vive fora esteja devidamente documentado e possa fazer prova de que é realmente cidadão angolano.
Vamos encurtar cada vez mais a distância que existe entre o angolano que reside naquele espaço territorial, que se chama Angola, e o angolano que, pelo facto de estar fora desse mesmo espaço, não deixa de ser tão angolano quanto quem vive em território nacional.
Este é o sentimento que nós queremos transmitir às nossas comunidades residentes no exterior, no caso concreto aqui em Portugal.
Angolanos somos todos nós, com os mesmos direitos, com as mesmas obrigações, e que a única coisa que nos separa, portanto, é essa distância física. Não deve haver outro tipo de distância, de separação.
Desta vez, foi a nossa embaixada que organizou este jantar de confraternização.
Espero que algum dia seja a comunidade a fazê-lo, a comunidade a organizar, e que eu surja aqui como mero convidado.
Portanto o repto está lançado. Quem sabe numa próxima ocasião, em Portugal ou em outro país qualquer, o formato seja este em que eu venha aparecer como convidado.
Muito obrigado!