O delegado da IGAE no Cuanza Norte, Simão Mateus, está ser acusado de obrigar os funcionários da delegação a prestarem, no relatório, informações falsas sobre a acção Inspectiva efectuada no gabinete provincial da saúde e na administração municipal do Cazengo de modo a encobrir as “irregularidades” cometidas pelos dirigentes das referidas instituições, denunciaram os funcionários daquele órgão do Estado ao Jornal Hora H

ANA MENDES

Segundo os denunciantes, na inspecção feita ao gabinete provincial e a Administração do Cazengo, os inspectores detectaram várias irregularidades a que consideraram de “graves”, porém, após remeterem o relatório ao gabinete de Simão Mateus para apreciação, em Janeiro deste ano o inspector, deu por desaparecido o documento.

“ Ele deu conta que boa parte das informações do relatório condena os amigos dele dentro das instituições inspeccionadas” disse

O relatório assinado pelos técnicos participantes da acção inspectiva, foi remetido ao gabinete do Inspector, Simão Mateus, há cerca de um ano e apenas em Janeiro deste ano o Inspector pronunciou-se acerca do desaparecimento do documento, exigindo assim os técnicos a apresentarem um novo relatório, mas que devem retirar algumas irregularidades contidas no mesmo.

“Nós como técnicos não aceitamos, porque para nós a IGAE no Kwanza Norte não existe”, disse uma das fontes ao Jornal Hora H

A fonte que afirmou viverem um “mau clima” na delegação provincial da IGAE, acusou ainda Simão Mateus de propor a sua sobrinha, Arminda Caculo, que vive numa residência paga pela delegação, ao cargo de chefe do departamento de denúncias, queixas e reclamações ao qual foi nomeada.

“A sobrinha dele dificilmente aparece no serviço, já está há quase dois meses que não aparece, nesse momento e ninguém pode dizer nada por ser sobrinha do delegado da IGAE”, disse a fonte.

De acordo com as mesmas fontes, o delegado da IGAE no Kwanza Norte, afastou um grupo de funcionários da delegação, entre eles o antigo director de inspeção José Jerónimo e um dos antigos técnico Fernando Eugénio.

“ Essa prática dele tem sido é hábito porque ele gosta de ficar com pessoas fracas para não lhe contradizerem, afastando sempre os melhores técnicos”.

As fontes que preferiram o anonimato, disseram estarem cansados com as ditas “falcatruas” do Delegado, afirmando mesmo que Simão Mateus já não está em condições de gerir a IGAE naquela província e pedem destituição imediata do mesmo.

Partindo do princípio do contraditório o Jornal Hora contactou às 15 horas de segunda-feira, 16, o Delegado da IGAE no Cuanza Norte, Simão Mateus, exaltado com a ligação, alegadamente por não ser ele a fornecer o contacto ao Jornalista, determinou que a conversa fosse presencial, pontualmente as 8horas de terça-feira no município do Ndalatando, isto é, menos de 12 horas para partida da equipa.

O Jornal Hora H, tentou, por mensagem, a negociação com o acusado para a preparação da Viagem da equipa, de Luanda para Ndalatando, uma vez que o governante encontrava-se exaltado, mas Simão Mateus, negou a solicitação de passar para um outro dia, alegando que não terá disponibilidade.

“Quinta-feira não terei disponibilidade! Eu não dei o meu número a nenhum jornalista! Logo, se querem falar comigo, vai ser pessoalmente! Concordou que seria amanhã, eu já desfiz o compromisso que tinha para amanhã! Então vão ter que fazer um esforço!”, respondeu, o delegado acusado alguns minutos após terminar a ligação.