MORTE POR COMPLICAÇÕES DA JARDA: FAMILIARES REPUDIAM E PEDEM RESPONSABILIZAÇÃO CRIMINAL AO AUTOR DAS IMAGENS DE AURIA QUE VIRALIZARAM

A Família da Jovem Delfina Lopes Joaquim“ Auria”,  que faleceu na passada quinta-feira, 7, vítima dos efeitos nocivos da jarda, repudiaram, por uma nota, a atitude dos autores das imagens que viralizaram nas redes sociais, na sequência de uma operação em que a malograda estava submetida por uma Equipa de médicos do Hospital Américo Boa Vida em Luanda e garantem intentar uma acção judicial, para responsabilizar os presumíveis autores

ANNA COSTA

Numa nota, de repúdio, datada de 12 de Março de 2024,  a que o Jornal Hora H teve acesso, a família da malograda apela às autoridades competentes para tomarem as devidas medidas disciplinares, dentro dos marcos estabelecidos pela lei que regula o exercício da actividade médica e pares, para que se reponha a ordem e limites no exercício de qualquer actividade, alegando mesmo que as imagens foram partilhadas pela equipa médica destacada no bloco operatório, no dia 4, no Hospital Américo Boa Vida, em Luanda .

“ A família manifesta a sua indignação e o repúdio ao acto praticado deliberadamente pela equipa de médicos e apela as autoridades ou a quem de direito para que se responsabilize os presumíveis autores deste comportamento imprudente que, grosso modo, fere o código de ética e deontologia profissional” lê-se na nota assinada por Estefânia Yolanda Cassa Yombo.

De acordo a família, as imagens postas a circular foram extremamente chocantes e sensíveis, chegaram a ofender a honra, o bom nome e o respeito ao direito reservado à malograda e a família.

“ Esta atitude, por um lado, em nada abona o clima de sã convivência social e familiar que se almeja, fundamentalmente numa sociedade forjada com leis e instituições ao serviço dos cidadãos”.

Pra a familia de Auria, actos desta natureza não são dignos de reprodução, lembrando que o país tem uma constituição que impõe o respeito pela dignidade da pessoa humana e no respeito que se impõe à lei, os profissionais devem agir e actuar dentro dos limites estabelecidos, reiterando que a família não descura a possibilidade de intentar uma acção judicial, para responsabilizar os presumíveis autores.

Natural da Nigéria, Áuria vivia no país com o seu esposo. Foi lá que ela começou a apresentar os primeiros sinais dos efeitos colaterais da jarda, que incluíam fraqueza, dores intensas e inflamações no corpo.

Preocupado com a saúde da esposa, o seu esposo decidiu enviar Áuria de volta para Angola, com a esperança de que ela pudesse receber tratamento adequado ao lado dos seus familiares. No entanto, ao chegar a Luanda, a sua situação agravou-se e ela precisou ser internada para ser submetida a uma cirurgia emergente. Infelizmente, mesmo após a retirada de 4 quilos de tecido necrosado, os esforços médicos não foram suficientes para salvá-la.

Áuria ficou conhecida por seu envolvimento no caso Jindungo, um escândalo que abalou a sociedade angolana. Entre os personagens do caso estavam a jovem Neth Nahara, Jussila, Neth vítima, Catraio e muitos outros. À época, Áuria teria fugido para a África do Sul, onde viveu por alguns anos antes de conhecer o seu esposo. Além de ter residido na África do Sul e na Nigéria, a jovem também passou um tempo no Dubai. O seu falecimento ocorreu em Cacuaco, no bairro das Salinas, na modesta casa da sua mãe.

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