“JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS FOI TRATADO NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS DE VIDA DE ARQUITETO DA PAZ À MARIMBONDO” – AC

O coordenador do projecto político, Pra-JÁ Servir Angola, Abel Chivukuvuku, destacou esta sexta-feira, 23, o papel desempenhado por ex-presidente, José Eduardo dos Santos, que governou o País, 37 anos, considerado “Arquiteto da paz” pelos seus seguidores e por fim tido como “marimbondo” pelos mesmos.

ESCRIVÃO JOSÉ

“Reconhecer o papel de um cidadão, de nome José Eduardo dos Santos, que governou o País durante 37 anos. Como qualquer ser humano, teve realizações de grande mérito e teve falhas”, destacou Abel Chivukuvuku, na abertura da primeira reunião ordinário da comissão directiva provisória.

Segundo Abel Chivukuvuku, os angolanos ao comemorarem no próximo ano, os 50 anos da independência nacional, deve também reconhecer o papel dos três líderes de movimentos de libertação de Angola, Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi.

“José Eduardo dos Santos foi chamado pelos seus seguidores de arquitecto da paz e hoje chamada pelos seus membros de marimbondo. Como simples cidadão, lamento a forma indigna como o nosso cidadão, José Eduardo dos Santos, foi tratado nos últimos dois anos da sua vida”, lamentou.

Disse que os angolanos são obrigados por honestidade patriótica a admitir que muitas coisas não estão bem e o balanço dos 49 anos é negativo para a maioria da população.

“Provavelmente para alguns valeu, com as suas propriedades e contas bancárias na Europa, Ásia e Américas, férias no Dubai, Rio de Janeiro e outras paragens”, lamentou.

Relativamente ao seu projecto político, adiantou que não obstante da “violência ilegal”, do Tribunal Constitucional, que contrariamente aos pressupostos estabelecidos na Constituição, persiste em tentar negar o direito de participação na vida política nacional.

“O processo de legalização do PRA- Já continua a ser discutido e analisado no Tribunal Constitucional. Esperamos que desta vez aprovam”, referiu, salientando que o ano de 2024, estão decididos a encerrar este capítulo, seja qual for o caminho que tiver que usar.

“A estratégia de nos impedir vai funcionar. Não vão conseguir, porque a Constituição da República de Angola consagra a todos os cidadãos o direito de participação na vida política e não vamos desistir”, acrescentou.

Sobre o ponto de vista político do País, Abel Chivukuvuku, disse regista-se um recuo acentuado na implementação dos valores e princípios de um Estado Democrático e de Direito, prevalecendo um puro autoritarismo.

“Hoje a comunicação social pública é do MPLA, não é do povo. As crises nos poderes judicias e no poder Legislativo fazem parte da chocota pública, porque obedecem as orientações superiores, mesmo as mais absurdas”, referiu.

Falando sobre a situação económica do País, adiantou que a má governação é sistemática e à corrupção ficou mais sofisticada e assumiu características de maior camuflagem.

“Todos sabemos que hipotecaram o País com sucessivos e irresponsáveis créditos solicitados em vários países, tais como a China. Roubaram esse dinheiro e fizeram algumas obras descartáveis e como consequência hoje, 60 por cento do nosso dinheiro vai para pagar dívidas que não serviram o País”, lamentou.

De acordo Com Abel Chivukuvuku, grande característica das vidas da maioria dos cidadãos é a pobreza, agravada pelos altos custos de vida.

Sobre a actual crise na CASA-CE, o membro do PRA-JÁ Servir Angola, Xavier Jaime, disse que não tem comentários a fazer, por que foram expulsos desta organização política.

“A direcção PRA-JÁ não tem nada a dizer. Pura e simplesmente nós fomos expulsos”, resumiu.

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