MINISTRO DA JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS PEDE A UNITA PARA FORMALIZAR A SUA SAÍDA NA CIVICOP

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes, afirmou esta terça-feira, 07, que a UNITA deve formalizar a sua saída da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), através de um documento enviado a este órgão.

ANA MENDES

“A UNITA deve formalizar a sua saída na CIVICOP, por via de um documento”, disse Marcy Lopes, quando presidia a primeira reunião do órgão de 2024, frisando a retirada da UNITA não vai impedir a continuação dos trabalhos.

“O lema da comissão é perdoar. A comissão tem portas abertas”, acrescentou frisando que “foram feitas várias diligências em todo o território nacional, onde a comissão tomou conhecimento da existência de corpos de pessoas falecidas ao abrigo dos conflitos políticos.

Refira-se que a UNITA decidiu abandonar a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos, por esta “desvirtuar” a sua missão e se ter transformado em “destilador do ódio”.

O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, disse na oportunidade que o seu partido decidiu declinar a sua participação na Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), porque o organismo permanece “refém dos interesses espúrios do regime”.

Essa situação, disse, tem sido constatada pelo partido “em diversos eventos e situações ocorridos ultimamente, não servindo, assim, para os fins que presidiram à sua criação, os da reconciliação nacional e da pacificação dos espíritos em Angola”.

Adalberto Júnior aludia às reportagens exibidas pela Televisão Pública da Angola (TPA), que mostravam imagens da Jamba, antigo território da UNITA no período do conflito armado, onde técnicos da CIVICOP faziam escavações em busca de ossadas das vítimas, alegadamente de Jonas Savimbi, líder fundador do partido, aí sepultadas.

“De lá para cá, a CIVICOP tem sido, efetivamente, um órgão envolvido em permanentes ciladas e embustes. A credibilidade da CIVICOP e do Governo angolano está totalmente posta em causa, quando aqueles que levaram até ao final a verificação das ossadas, concluíram que as mesmas não pertenciam aos seus entes queridos”, assinalou Adalberto Costa Júnior, referindo-se às queixas de alegadas incompatibilidades de amostras de ossadas das vítimas com os respetivos familiares.

Criticou ainda a ação do diretor do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado angolano, que “tem feito entrega de ossadas e fecha os olhos às valas comuns do 27 de Maio em Luanda e por todo o país e lidera as campanhas de intoxicação em conjunto com a imprensa partidária”.

A CIVICOP, coordenada pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos e composta por membros do Governo, da sociedade civil, igrejas e de partidos políticos com assento no parlamento, foi criada em 2019 pelo Presidente angolano, João Lourenço, e está encarregue do plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos, que ocorreram em Angola entre 11 de Novembro de 1975 e 04 de Abril de 2002.

Criticou ainda a acção do director do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado angolano, que “tem feito entrega de ossadas e fecha os olhos às valas comuns do 27 de Maio em Luanda e por todo o país e lidera as campanhas de intoxicação em conjunto com a imprensa partidária”.

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