RELATÓRIO FINANCEIRO DA CAMPANHA ELEITORAL DA FNLA “ENCURRALO” NA CNE E NO TRIBUNAL DE CONTAS
A Frente nacional de Libertação de Angola (FNLA) é única formação política concorrente às eleições de 2022, que mantém o seu relatório financeiro da campanha eleitoral, ainda não aceite pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e Tribunal de Contas, alegando haver “graves irregularidades” na gestão de fundos, disse a fonte do Jornal Hora H.
ESCRIVÃO JOSÉ
Segundo o porta-voz do partido, Ndonda Nzinga, o relatório financeiro da campanha eleitoral, foi “liminarmente” rejeitado pela Comissão Nacional Eleitoral, mesmo tendo sido esclarecidas as razões.
“Não compreendemos até a data presente, o porque é que estes dois órgãos não recebem o nosso relatório”, reclamou Ndonda Nzinga frisando que a organização tem toda a papelada organizada.
Uma fonte da Comissão Nacional Eleitoral, disse que foram registadas uma “série de irregularidades” no relatório de contas da FNLA, notando-se ausência de muitas facturas para justificar as despesas feitas.
O analista político, Adolfo Germano Luiti, diz que o financiamento público directo da campanha eleitoral dos partidos políticos é de “extrema importância” para assegurar algum equilíbrio na competição eleitoral, uma vez que a maioria dos partidos não dispõe de recursos ou de capacidade para a sua mobilização junto de entidades privadas.
“A Comissão Nacional Eleitoral e Tribunal de Contas devem apontar as irregularidades contidas no relatório da FNLA. Se há irregularidades, obrigam essa formação política a melhorar as coisas, visto que este silencia não ajuda a FNLA nem a CNE e próprio Tribunal de Contas”, referiu.
“Nos termos da Lei, aqueles que não prestarem contas ou se as contas forem prestadas de modo deficiente, na parte em que as contas não foram prestadas, a Lei impõe a restituição desses valores ao Tesouro Nacional”, acrescentou.
Refira-se que os partidos políticos concorrentes às eleições de 2022 receberam para a campanha eleitoral 1 bilhão de Kwanzas.
O MPLA foi vencedor as Eleições Gerais de 24 de Agosto, em Angola com 51,17% dos votos.
A UNITA obteve 2.756.786 votos e conquistou 90 lugares no Parlamento. O terceiro partido mais votado foi o PRS com 71.351 votos que, lhe dá direito a dois deputados.
A FNLA e o PHA são os outros dois partidos que também conseguiram eleger dois deputados cada. A CASA-CE, APN e P-JANGO não elegeram qualquer deputado.