DIRECTOR DO IGCA WACATALA E O JOAQUIM DO ROSÁRIO ACUSADOS DE INVASORES DE TERRAS EM NOME DO LABORINHO
O Director de Cadastro do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), Adriano Wacatala e o Comandante Municipal do Talatona, Joaquim do Rosário, estão a ser acusado de envolverem o nome do Ministro do Interior, Eugénio Laborinho, no esquema de usurpação de terrenos, pertencente a empresa de loteamento Konda Marta, na zona do 11 de Novembro, no município do Talatona em Luanda
ANNA COSTA
Segundo o director da empresa “Konda Marta”, Daniel Neto, Wacatala e Joaquim do Rosário são os líderes de um grupo de altos oficiais da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), que estão a usar o nome e instituições do Estado para se apropriarem de terrenos que pertencem a camponeses.
“ Não há nenhuma necessidade de eu enquanto empresário e oficial das FAA vir ao público e sujar o nome do ministro do interior, quem fez isso é o Rosário e o Adriano Wakatala com o apoio da IGCA”
Daniel Neto, denunciou numa lista os nomes de várias individualidades e instituições, com destaque para o nome do ministro do Interior, Eugénio Laborinho que terá supostamente recebido uma parcela de terra das camponesas de forma “ilegal” num “esquema” liderado pelas duas figuras acusadas.
Por um comunicado, a direcção do IGCA, negou o envolvimento do ministro do interior no esquema, afirmando que a lista apresentada por Daniel Neto é falsa, porém o líder das camponesas reafirmou que a lista é autêntica e que se existe alguma probabilidade de ser falsa os mentores são o Joaquim do Rosário e Adriano Wacatala.
O Tenente-coronel das Forças Armadas, Daniel Neto, fez saber ainda que, num dos encontros, em 2018, entre o advogado da empresa, Salvador Freire, e o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, este teria admitido que um dos seus filhos tinha perdido um terreno no perímetro em litígio, sem, no entanto, especificar quando e como conseguiu tal parcela.
Wacatala e Rosário são ainda acusados de demolir, em nome do Ministro do Interior, mais de 40 residências das camponesas, construídas pela construtora da esposa de um oficial da Polícia Nacional, identificada apenas por Judite, com quem Neto terá feito um contracto
“ Após as demolições, os invasores conseguiram erguer os seus condomínios sob a protecção de 35 patrulhas e polícias armados, alegando que o terreno pertence ao ministro do Interior”, disse.
Neto disse também ter em posse muitos direitos de superfícies, títulos de construção passado pelo IGCA e provas da presença de Adriano Wacatala, com clientes no terreno também em nome do ministro Laborinho.
“ Nós já avisamos várias vezes ao ministro que o Rosário um dia vai lhe por num beco sem saída e é isso que aconteceu, o IGCA nem tem como desmentir e ainda tem 40 casas para pagar, demolidas em nome do ministro… Os condóminos estão no local aonde me partiram 156 casas.
A questão é que quando nós falamos, ninguém nos entende, eu por mais de 3 vezes já invoquei o nome do Ministro do interior, já tinha tempo de me ouvir”. Disse Daniel Neto.