USURPAÇÃO NA ILHA DO MUSSULO: EMPRESÁRIO MAURO LEMOS ACUSADO DE CORROMPER VENDEDORAS COM 500 MIL KWANZAS PARA DEIXAREM O ESPAÇO
Um suposto empresário de nome Mauro de Lemos Casa, está a ser acusado de corromper com 500 mil kwanzas as vendedoras de alimentos na praia das Jembas, na Ilha do Mussulo para saírem do espaço que segundo ele comprou para construir o seu restaurante, denunciaram as vendedoras ao Jornal Hora H
ANNA COSTA
A actividade de venda de comidas nas barracas daquela zona do Mussulo, segundo as vendedoras, perdura desde 1997 e antes da chegada do suposto empresário, já houve tentativa de serem retiradas do espaço para ser ocupado por outro empresário e estas recorreram à administração municipal que as orientou a efectuar um pagamento mensal, para garantir a permanência no espaço, o que segundo elas foi cumprido durante todo tempo.
Passado todo tempo, foram surpreendidas neste ano, por outro empresário, Mauro Casa, que disse ter feito o negócio de aquisição do espaço com o administrador distrital, Francisco de Lemos, e que por uma questão de bom senso está tentar negociar com 500 mil kwanzas para deixarem a zona que será a vista principal do seu empreendimento.
“ Ele veio com uma mala cheia de dinheiro e disse que vai nos dar cada 500 mil para nós sairmos do local. Mas se ele disse que já comprou o espaço, por que quer mais nos corromper com este valor?, nós não vamos sair do espaço”, disseram as vendedoras
As supostas visadas disseram ainda que num encontro com o Administrador Municipal do Talatona, Rui Duarte e do Distrito Urbano do Mussulo, Francisco de Lemos, apesar de reconhecerem que a zona em discussão é o espaço de trabalho das senhoras, foram aconselhadas a receberem o referido valor como forma de evitar ao conflito.
“ Nós na conversa que tivemos com os dois administradores, ele nos disse que sabe que este é desde então o nosso ganha-pão, mas que temos que receber os 500 mil kwanzas para nos virarmos e evitar problemas e eu me pergunto, quando os 500 mil acabar, nós vamos sobreviver de quê?” questionou outra vendedora.
Para aliviar a dor destas, as senhoras contam que o empresário construiu algumas barracas numa zona desértica, denominada “Língua”, onde não tem frequência de pessoas, o que elas rejeitaram alegando não ter condições para fazer o negócio, de ser uma zona perigosa e muito distante de suas residências.
“ Nós não frequentamos na “Língua” porque é muito distante e aí tem muita “bandidagem”, quem vai aí corre ao risco de ser recebida o negócio e até ser violada.”
As vendedoras garantiram que só deixarão o espaço, caso o suposto empresário apareça com tractores para as matar.