CASO RITA SOLANJE NO UÍGE: AS ACUSAÇÕES DE CORRUPÇÃO, DESVIOU DE MILHÕES E O PROCESSO-CRIME NA TPA
Os profissionais da TPA no Uíge escreveram para o conselho de administração sobre um determinado comportamento pouco aceitável pela parte da directoria deles.
O conselho de administração enviou para Uíge um grupo de responsáveis composto por dois administradores, um executivo e outro não executivo, que de imediato reinou com os profissionais locais na tentativa de dirimir o conflito que, na verdade, não é e não era um conflito, era sim um descontentamento apresentado pelos profissionais da casa.
Ouvidas as partes, a comissão enviada por Francisco Mendes, regressou a Luanda com um relatório feito durante a auscultação. Os profissionais foram unânimes nas suas explicações. A directora foi igualmente unânime em defender-se.
Quando se pensava que o resultado seria já o que eles gostariam, foram surpreendidos com uma comitiva de efectivos da polícia nacional solicitada por Rita Solange para assegurar que ela não fosse expulsa da empresa pelos profissionais. Após se dirigirem ao comando provincial da polícia nacional, receberam a confirmação de que foi a directora que, na tentativa de defender-se, pediu favor ao ex-comandante já falecido para lhe mandar um contingente policial.
No mesmo dia chegou ao Uíge outra comitiva do conselho de administração da TPA, já comandada pelo seu PCA Francisco Mendes. A reunião girou à volta dos assuntos que envolvem a Rita Solange na qualidade de Directora e os profissionais que já não se sentem nem seguros, tampouco motivados em continuar a trabalhar com ela na liderança. Facto que os levara a escrever pedindo a sua distribuição do cargo em carta assinada.
No encontro da porta fechada e com os telemóveis longe da sala de reuniões para nada vazar, Francisco Mendes aconselhou e pediu ponderação e fim do conflito. Porém, quando se pensava que a situação estava sob controlo e quando se achava que a Rita Solange já podia ficar no Uíge porque a situação se resolvera com a intervenção do PCA, os profissionais foram notificados a comparecer à PGR para prestarem declarações e já foram construídos arguidos, depois de já terem sido ouvidos pelo SIC local, acusados de crimes de Difamação e Calúnia.
Vamos abordar a situação ponto a ponto:
Na carta que por acaso se tornou pública, os profissionais alegam que a senhora cometia actos de corrupção, arrogância, soberba, orgulho, intimidação e ameaças.
Na carta, os jornalistas dizem por um lado que os seus textos de reportagens são muitas vezes enviados para outros pontos do país para serem corrigidos por pessoas que eles alegam não conhecer e não saber se são profissionais do ramo
Na carta, os jornalistas reclamam sobre a forma errada segundo a qual Rita distribuiu as casas que o governo colocara à disposição da TPA no Uíge, onde a directora distribuiu a pessoas da sua confidencialidade
Os profissionais declaram na mesma carta que um dos seus colegas motorista parece ser o director adjunto da TPA no Uíge porque fica 24 horas ao dia com a viatura da empresa quando os outros técnicos locais andam a pé. É este mesmo motorista que se beneficiou de uma das casas.
É a mesma pessoas que traz factos inventados das possíveis conversas que acontecem durante as viagens em serviço. Transmite tudo para a Rita e às vezes mantém ligado o seu telefone para que a Rita tenha acesso às conversas dos profissionais.
Os profissionais reclamam que muitos Administradores mandaram dinheiro como forma de ajuda para a inauguração do centro de produção no Uíge, o conselho de administração da TPA e o governo da província também contribuíram com dinheiro
Entre outros assuntos constou da carta o dinheiro que envolvia uma câmara supostamente avariada cujo valor da reposição foi feito pela administração municipal do Negage num total de 1.500.0000, (um milhão e meio) de ‘kwanzas’ tendo se constatado que a mesma não foi comprada.
E as dívidas avultadas em nome da TPA Uíge feitas pela directora Rita Solange no estabelecimento comercial de um cidadão de nacionalidade Mauritaniana, dívida que chegou a 3 milhões de kwanzas cujos produtos tinha sido levados a Malanje, quando Rita perdeu um dos membros da sua família.
No período eleitoral, houve também um descontentamento dos profissionais que alegaram não ter havido transparência na distribuição do dinheiro enviado pelo Conselho de Administração da TPA.
Fonte: Alberto Ferreira de Guimarães (Rico)