ANA PAULA, MANUEL HOMEM E IGAE ACUSADOS DE FAZEREM OUVIDOS DE MERCADORES AS DENÚNCIAS SOBRE DESVIOS DE CAMIÕES DA UTGSL

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Os ex-trabalhadores da Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda (UTGSL), acusam a ex-governadora de Luanda, Ana Paula Chantrê, o actual governador Manuel Homem, o ex-Inspector-geral da IGAE, Sebastião Gunza e a inspectora Provincial de Luanda, Maria de Lemos, de fazerem ouvidos de mercadores às denúncias sobre a directora Zenilda Mandiga, acusada de desviar meios de transportes pesados de saneamento básico e de despedir mais de 50 trabalhadores de forma ilegal.

ANNA COSTA

Após a apresentação do relatório feito pela IGAE, que considerou falsas e difamatórias as denúncias dos ex-trabalhadores da UTGSL, órgão afecto ao Governo Provincial de Luanda, sobre desvios de meios da empresa, os denunciantes enviaram nesta sexta-feira, 17 de Novembro, à Redacção do Jornal Hora H, uma nota explicativa reiterando as acusações sobre a directora Zenilda Mandinga.

No documento, os ex-trabalhadores esclarecem que quando começou os despedimentos na UTGSL, feito pela directora Zenilda Mandinga, no ano 2021,  apresentaram queixas na IGAE, por meios de carta e evidências, invocando as irregularidades que a directora praticava.

Em virtude das evidências apresentadas, explica a nota, foram recebidos em audiência pelo ex-inspector geral da IGAE, Sebastião Gunza, que afirmara que trabalharia de modo a apurar os factos, à posterior instaurar um processo contra a má gestão no geral, sobre principalmente o caso do património do Estado assim como, garantira o regresso os ex-trabalhadores na UTGSL para o devido reenquadramento.

“ A IGAE, ainda sobre gestão do Dr. Sebastião Ngunza, no ano 2021, orientou uma  comissão encabeçada pelo ex-delegado de inspecção provincial Dr. Domingos Comprido Magalhães que se instalaram na UTGSL para averiguarem as irregularidades ora apresentadas por nós, para o nosso espanto, até hoje essa comissão saiu ou seja os gestores máximos foram exonerados sem sequer um pronunciamento ou um relatório final do trabalho que lá foram fazer”, lê-se no documento em posse do Jornal Hora H.

O documento diz ainda que apesar da antiga gestão da IGAE não ter apresentado as conclusões finais, prosseguiram os trabalhadores a fazerem denúncias em busca da justiça e a verdade e contam que ainda em 2021, enviaram uma carta no Governo da Província de Luanda, sendo órgão responsável para organizar a UTGSL e foram recebidos pela ex-Governadora Ana Paula Luna de Carvalho Chantre, que apenas os ouviu, mas nada resolveu.

“ Após as eleições do ano 2022, na entrada do novo Governador Eng.º Manuel Homem, também remetemos várias cartas, onde consta o pedido do nosso reenquadramento e o relato da má gestão da Directora Zenilda, a citar: – O despedimento ilegal, com indemnizações que não sabemos se o dinheiro sai de onde para a realização de tais práticas;

– A admissão de familiares que ocuparam as nossas vagas e os equipamentos desviados.

Infelizmente, até hoje o Governador não se pronunciou, está como se nada tivesse acontecido dentro da UTGSL” diz o documento datado de 17 de Novembro de 2023 enviado ao Jornal Hora H.

Com a nomeação de Ângelo da Veigas Tavares, ao cargo de Inspector-geral da Administração do Estado, voltaram a remeter as mesmas cartas a IGAE, Provedoria de Justiça e a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“ A Provedoria e a PGR, reforçaram que a IGAE fosse a investigar a situação. Felizmente o actual Inspector Geral da IGAE, despachou a missão para a inspectora Provincial de Luanda, a Dra. Maria de Lemos, que por sua vez criou uma comissão que até a data presente encontram-se instalados a fazerem as suas investigações, para o nosso espanto, antes de concluírem o relatório final, a IGAE vem com pronunciamentos apresentado pelo director de denúncias, queixas e reclamações, Dr. Frederico Jamba Lima, com o teor que ouvimos”.

EX-TRABALHADORES INDIGNADOS COM POSICIONAMENTO DA IGAE FACE AS INVESTIGAÇÕES À UTGSL

 Com base no relatório da IGAE os ex-trabalhadores, afastados alegadamente por falta de meios de trabalhos na empresa, mostraram-se indignados com o resultado do relatório da da Inspeção, sem antes mesmo terminarem as investigações e citaram o que constava do relatório sendo que entendem não ser verdade.

“O que mais atenção nos chamou foi o facto da IGAE dizer que  – Os meios recuperados transitaram para a esfera privada recorrendo a documentos falsos como se estivessem sidos legalmente abatidos com a conivência dos funcionários das administrações municipais e distritais;

– Culpou as administrações por não terem registado os equipamentos no SIGPE que podia permitir o seu controlo.

Para respondermos a esse pronunciamento, conforme já anunciamos na nossa introdução, reiteramos as nossas afirmações das denuncias que estão a circular nas redes sociais,

Nós os ex-trabalhadores da UTGSL não estamos a falar para agradar nas notícias ou então sujar o nome da IGAE, mas sim para que se reponha a legalidade;

Primeiro, somos nós os ex-trabalhadores que desenvolvíamos trabalhos dia e noite há longos anos com os equipamentos que estamos aqui a denunciar, conhecemos muito bem estes equipamentos;

Segundo; quem realizou o abate dos equipamentos foi a própria Directora com a comissão que ela mesma criou dentro da empresa. Caso queiram confrontar com a verdade vamos pedir, se possível, que alguns órgãos da comunicação social se façam presente para o devido esclarecimento;

Terceiro, enquanto está a decorrer as investigações ou enquanto a IGAE continua  instalada na UTGSL, é sabido que o funcionamento normal da instituição continua, mas não se admite que ela continua a insistir e a perseguir os trabalhadores para assinarem contratos forjados e com o conhecimento do Governador;

Quarto, até onde sabemos, quando se realiza abates, sobretudo do património do Estado, é feito com um comunicado tornado público onde vários entes tomam conhecimento, mas infelizmente não vimos isto;

Quinto, se as administrações venderam os meios, então façam a questão de apresentarem os supostos autores que venderam os equipamentos para a devida responsabilização;

Sexto, os meios da UTGSL foram comprados com fundos públicos, e os mesmos encontram-se registados no SIGPE”, asseguraram os denunciantes. https://youtu.be/LovBVtZPa3k?si=9uuDHwzOnKB94o5W

ZENILDA MANDINGA ACUSADA DE NEPOTISMO E ABUSO DE PODER

 “ Para concluirmos, somos a reforçar que as irregularidades que estão a acontecer na UTGSL, não tem haver só com os desvios de equipamentos, estamos aqui a invocar que fomos substituídos pelos familiares da Directora Zenilda, isto é, nepotismo, como exemplo, a sobrinha da Directora Zenilda foi admitida na instituição há menos de três anos e é a responsável pelo gabinete jurídico, temos colegas que foram despedidos mesmo doentes, e são doenças adquiridas devido o trabalho que desenvolvíamos (Saneamento). A Directora está a gerir a UTGSL como se fosse propriedade dela, e infelizmente ninguém está a pôr ordem nisso.

Pela justiça e verdade os ex-funcionários da Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda, vamos continuar a acompanhar as investigações que a IGAE está a desenvolver até que o nosso problema seja resolvido e aproveitamos desde já pedir encarecidamente a sua excelência presidente da República que nos ajude neste processo para o nosso reenquadramento” , lê-se no documento em posse do Jornal Hora H.

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