NOVA CIMANGOLA ACUSADA DE FALSIFICAR DOCUMENTOS E DE SOBREFACTURAR 10 BILIÕES DE KZ EM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO
Um esquema de sobrefacturação no processo de compra de 180 camiões do modelo TONGHUA (CIMC) THT9590TJP, adquiridos pela empresa Nova Cimangola passada recentemente para a esfera do Estado e que conquistou o título de maior empresa exportadora fora do sector petrolífero, revelou o desvio de mais de 10 mil milhões de kwanzas.
De acordo com fontes da própria empresa, a compra dos camiões foi justificada pela direcção de compras da empresa com a necessidade de escoamento dos produtos para a produção da matéria prima para o fabrico do cimento, e a consequente distribuição aos destinatários.
Porém, o negócio milionário das compras destas viaturas, carece de insuficiências no que respeita à transparência do processo.
De acordo com algumas facturas que tivemos acesso, alegadamente emitidas pela empresa ANDALI-PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, LDA situada na estrada de catete, km35 em Viana, a Nova Cimangola adquiriu cerca de 180 camiões, da referida empresa a um valor de USD 20.000 (Vinte mil Dólares) cada um.
Entretanto, um relatório apresentado pela Direcção de compras constava, USD 90.000 (Noventa mil Dólares) como o valor oficial da aquisição de cada um dos camiões perfazendo um lucro de 80% de margem de sobrefacturação equivalente a USD 70.000 (Setenta mil Dólares) por cada camião adquirido sendo um valor global estimado em cerca de USD 12.600.000. 00 (Doze milhões e seiscentos mil Dólares) de sobrefacturação o equivalente em Kwanzas a 10 502 100 000,00.
Contactado pelo Club-K, o director de compras da Nova Cimangola, Luís Raposo, manifestou-se indisponível para falar sobre o assunto.
A nossa equipa de reportagem deslocou-se até à sede da empresa ANDALI-PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, LDA, que aparece nas facturas como tendo sido a empresa que comercializou os camiões.
Porém, de acordo com um dos responsáveis da área de vendas de nacionalidade chinesa, identificado apenas por Fábio, alegou serem facturas similares às que são emitidas pela sua empresa, sendo, entretanto, muito estranho para Fábio, que as facturas alegavam a venda de camiões TONGHUA (CIMC) THT9590TJP como consta das facturas em posse do Club-K, mas que, a empresa é apenas especializada na venda de betão e pré-fabricados de betão e derivados.
Fábio negou autonomia sobre as facturas e disse mesmo que nunca a sua empresa comercializou qualquer tipo de automóvel, pelo que, “fica a incógnita sobre quem terá de facto vendido os camiões e qual será o real valor da compra?”, questionou.
O Club-K ouviu o parecer do jurista e analista político, Joaquim Jaime, que diz “haver o cometimento de dois graves crimes que são o de associação criminosa e o crime de falsificação de documentos, referindo que a actual direcção da Nova Cimangola já apresenta muitos vícios desde que passou a esfera do Estado”.
O jurista refere que as dificuldades vividas pelos trabalhadores submetidos aos alegados maus tratos da actual gestão denunciados recentemente neste portal pelos próprios trabalhadores, que viram reprimida nos últimos dias a tentativa da criação de uma nova comissão sindical, após a expulsão há cerca de dois anos, do ex-primeiro secretário-geral da comissão sindical, apesar de o número de trabalhadores da Nova Cimangola já ter ultrapassado os 600 trabalhadores, demonstra a intenção inconfessa de subversão dos princípios normativos do país por expatriados, que na sua visão “não respeitam a soberania de Angola”.