CONTINUAM AS DENÚNCIAS CONTRA RITA SOLANGE: SIC ENCERRA 90% DA TPA UÍGE PARA OUVIR OS PROFISSIONAIS
O grupo de 13 profissionais da televisão Pública de Angola, na província do Uíge que denunciou os actos de corrupção, maus tratos, abuso de poder e de confiança, e recebimento ilícito de valores, começou a ser ouvido pelo SIC, depois de a Destituída Directora Rita Solange, ter apresentado queixa contra os funcionários locais.
FRANCISCO MWANA ÚTA
Segundo o documento que chegou à Redacção do Jornal Hora H, os treze trabalhadores, esperavam serem ouvidos pelos supostos crimes cometidos por Rita Solange denunciados na carta enviado ao PCA, porém, foram surpreendidos com uma queixa que, em menos de 15 dias, foi feita pela acusada.
“Na convocatória, o SIC pede que os profissionais se apresentem no departamento de crimes financeiros e fiscais ou económicos, mas a primeira profissional a ser ouvida teve de responder como se de uma criminosa se tratasse diante de um investigador conhecido que não vamos citar nome”, disse a missiva enviada ao Jornal Hora H
Nesta quinta-feira, 7, prosseguem as entrevistas aos profissionais para provarem a veracidade dos últimos factos relatados na carta enviada ao conselho de administração da TPA e ao sindicato dos jornalistas.
Para os profissionais, provavelmente o que se quer é tentar inocentar a Directora Rita Solange e possivelmente manter-se no cargo que ela não pensa em deixar.
“Deve ser por isso que ela está a entrar em contacto permanente com pessoas como Joana Tomás secretária geral da OMA, que é tida como sua irmã, a vice-presidente do MPLA tida como amiga e confidente, o governador José Carvalho da Rocha, membros do bureau político do MPLA, e outros quadros influentes do Ministério da Comunicação Social, que lhe garantiram que não vai mudar nada”.
Sob o olhar silencioso do conselho de administração da empresa, diz a fonte, os profissionais começam agora a passar por essas e outras dificuldades, numa demonstração clara de que Rita tem uma protecção das grandes.
Entre a considerada “injustiça e abuso de poder de Rita Solanje os profissionais questionaram
“ Se ela foi queixar 13 pessoas no SIC o que ela faria com uma pessoa? E ainda mais, porque é que ela se antecipou, se não tinha nada a esconder? Porque é que esta queixa-crime não levou mais de 15 dias visto que a justiça tem sido demorosa em muitos casos? Porque é que o caso não foi entregue aos investigadores que lidam com questões ligadas aos crimes pessoais ou patrimoniais?”
Os visados desconfiam de que Rita Solange tenha entrado em contacto com pessoas da sua confiança que trabalham no SIC – Luanda para pressionar o director do SIC Uíge a ouvir os profissionais em tão pouco tempo após denúncia, uma vez que a acusada já havia avisado que a carta enviada pelos profissionais ao PCA e Sindicato não daria em nada.
“ Então tem confiança que vai permanecer no Uíge para continuar a fazer mal aos que assinaram a carta para a saída dela como ela mesma diz.”
Os profissionais que questionaram o silêncio do Sindicato do Jornalista Angolanos (SJA) acusam ainda Rita Solanje de colocar as agendas de reportagem as 20h para quando os profissionais chegarem encontrarem actividades que tinham de ser feitas as 06h.
“ Agora usa um dos rapazes que ela deu casa, editor de imagem a quem ela sempre ofende por mensagens e palavras, é ele que vive no prédio rimaga que a Rita Solange encarregou de fazer e colocar as agendas no placard, ela quer que os profissionais falhem para que estes sejam sancionados”, disse a fonte.
CONTINUAM AS DENÚNCIAS CONTRA RITA SOLANJE
Na carta enviada a Redacção do Jornal Hora H, a fonte conta que os profissionais da TPA- Uíge que pretendiam solidarizar-se com a primeira colega que foi ouvida pelo SIC foram impedidos de o fazer por alegadamente parecer um acto de manifestação
Diz ainda que nos corredores da TPA Uíge, quando Rita Solange entra, todos saem da redacção, mas que o editor, Pedro James, fica aos cantos a ouvir as conversas e depois passar para a Rita
Na última audiência que Rita Solange manteve com o governador José Carvalho da Rocha, a informação que os funcionários tiveram é que o governador desvalorizou o conteúdo apresentado pela acusada.
“ Quem pensa que os crimes de que ela é acusada terminaram a última informação que tivemos acesso é que, do município de Negage, a Rita Solange recebeu Um milhão e quinhentos mil kwanzas para substituir uma câmara que estragou nas festividades do município, a administração municipal terá pago o valor a Rita para que se comprasse uma nova câmara, o certo é que a câmara avariada voltou a funcionar em pleno, mas a Rita não devolveu o dinheiro e não o gastou em benefício da empresa”, denunciou a fonte.
O Jornal Hora H contactou a acusada Rita Solanje e ela não aceitou falar sobre o assunto.
Este Jornal vai continuar a acompanhar o caso até ao seu desfecho.