O embaixador de Portugal em Angola denunciou, quinta-feira, em Luanda, a existência de uma rede de falsificadores de documentos para a aquisição de vistos de entrada para Portugal.

Francisco Alegre Duarte, que fez a denúncia durante uma audiência que lhe foi concedida pelo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, manifestou o desejo do desmantelamento da rede, para que a mobilidade dos cidadãos seja feita com maior segurança, transparência e eficácia.

O embaixador, que se fez acompanhar da cônsul-geral em Angola, Rosa Lemos Tavares, frisou que toda a equipa do Consulado está fortemente apostada em responder aos pedidos de vistos, até porque existe, por parte da Embaixada, a vontade em facilitar o atendimento do fluxo de cidadãos que pretendem obter vistos, não apenas os Schengen, mas também os da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Francisco Alegre Duarte recomendou os cidadãos a buscarem mais informações relacionadas com os vistos da CPLP, por terem requisitos mais fáceis e circunscritos ao território português.

O diplomata defendeu, por outro lado, que se agilize a concessão de vistos para os cidadãos portugueses contratados por empresas que operam em Angola.

A cônsul-geral de Portugal em Angola, Rosa Lemos Tavares, reforçou que nos últimos meses se tem  detectado uma maior frequência da junção de documentos fraudulentos no processo para a obtenção de vistos, não só relativo a Bilhetes de Identidade angolano, passaportes, mas também documentação portuguesa falsa, de forma a forjar uma ligação a cidadãos portugueses. A diplomata sublinhou que se trata de uma situação que ocorre “de forma reiterada”.

MINISTRO PROMETE INVESTIGAÇÃO

O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, mostrou-se preocupado com a existência de uma “rede bem estruturada” de falsificação de documentos para a obtenção de visto junto do Consulado de Portugal em Angola, mas solicitou à delegação portuguesa mais dados para facilitar as investigações a serem levadas a cabo pelos órgãos afins.

Durante o encontro foram abordada as relações de cooperação entre os dois países, mais concretamente entre o Ministério do Interior de Angola e a Administração Interna de Portugal.

CERCA DE 500 PEREGRINOS
ANGOLANOS JÁ EM PORTUGAL PARA A JORNADA DA JUVENTUDE

O segundo grupo de peregrinos angolanos que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que contará com a presença do Papa Francisco e de um milhão de jovens provenientes de todo o mundo, chegou ontem a Lisboa.

No total, serão cerca de 500 jovens peregrinos angolanos que ficarão espalhados pelas cidades de Braga, Aveiro e Fátima, para participar neste evento, que decorre entre os dias 1 e 6 de Agosto. O Papa Francisco é esperado em Lisboa no próximo dia 2 de Agosto, estando previsto que realize oito intervenções e mantenha variados encontros, além de realizar uma viagem a Fátima, onde vai participar numa missa.

A JMJ 2023 é considerado o maior evento realizado em Portugal nos últimos 20 anos e durante o qual a juventude angolana terá oportunidade de participar em várias actividades culturais e de conviver com jovens de todo o mundo.

Segundo os organizadores, são esperados em Portugal cerca de um milhão de jovens de diferentes países e continentes, o que levou o Governo a adoptar excepcionais medidas de segurança e a quase fechar a circulação automóvel em Lisboa, onde o Papa ficará instalado e de onde só sairá para participar na missa em Fátima, para onde se deslocará num helicóptero das Forças Armadas Portuguesas.

É também em Lisboa, no Parque Eduardo VII, que decorrerá um acto central, com a realização de um culto que deverá ser assistido por centenas de milhares de pessoas.