MASSACRE DAS LUNDAS: DOIS ANOS DEPOIS FERIDAS AINDA SANGRAM EM CAFUNFO

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Dois anos e meio se passaram depois do caso denominado “massacre em cafunfu” supostamente perpetuado pela Policia Nacional na Província da Lunda Norte e os verdadeiros assassinos do fatídico dia, 30 de Janeiro de dois mil e vinte um,  continuam impune, diz o comunicado enviado pelo Presidente do Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), José Mateus Zecamutchima, à redacção do Jornal Hora H

NDOMBI ZADIMENGA

A fonte deste Jornal, que lamentou o assassinato de mais de 100 cidadãos na manifestação pacífica na localidade de Cafunfo, , entende que os problemas são antigos, e que os mesmos dirigentes que estão há 47 anos no poder continuam a maltratar e a matar os angolanos a quem considerou indefesos e apontou que, por hoje, multiplica-se, pelo país inteiro, manifestações contra o regime de Luanda.

O documento assinado pelo presidente do MPPLT, Zecamutchima, faz menção de que “ a Polícia do MPLA, liderada por Paulo de Almeida e Eugénio César Laborinho, prendeu no pretérito ano de 2021 mais de 30 cidadãos na localidade de Cafunfo, e que foram buscar em Luanda o Líder do Movimento, para esconderem as atrocidades perpetradas naquela localidade”.

De acordo com a missiva a que o Hora H teve acesso, em Fevereiro de 2022, o Juiz Presidente do Tribunal da Lunda Norte, Baptista, por uma sentença encomendada por ordens superiores de Luanda, julgou e condenou apenas o líder Zecamutchima, por 4 anos e 6 meses de prisão, nos crimes de Associação Criminosa, quando os 25 outros arguidos eram absorvidos e colocados em liberdade.

A polícia angolana afirmara que cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe que há anos defende autonomia daquela região rica em recursos minerais, tentaram invadir, no dia 30 de janeiro, uma esquadra policial, acção que levou as forças de ordem e segurança a defender-se, atingindo mortalmente vários cidadãos nacionais.

Ao passo que , num relatório feito por deputados da UNITA, que dirigiram-se ao local para apurar os factos, dava conta de que os manifestantes que reivindicam a “injustiça social e extrema pobreza naquela região “eram apenas 93, e não 300 pessoas como alegaram as autoridades”.

A delegação do Grupo Parlamentar da UNITA dissera ter apurado igualmente que as forças de defesa e segurança, “além do massacre cometido, também profanaram e ocultaram os cadáveres dos cidadãos fuzilados a tiro e que a maioria dos cadáveres foram atirados ao rio Cuango, ravinas e outros enterrados em locais desagradáveis”.

A falta de uma vida condigna para os jovens e adultos daquela vila mineira, a maior parte antigos funcionários das diamantíferas Diamang e Endiama, “abandonados à sua sorte”, é apontada como o principal motivo para as reivindicações na região devido ao “agravar do sofrimento de suas famílias”.

José Mateus Zecamutchima, Presidente do Movimento Protectorado da Lunda Tchokwe, considerou que, deste modo, foi aberta uma página na história do povo Lunda Tchokwe.

 

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