GRUPO ENDIAMA: BEBÉ MORRE NA CLÍNICA SAGRADA ESPERANÇA APÓS APLICAÇÃO DE INJECÇÃO NA VEIA

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Um bebê de onze meses morreu no último domingo, 03, na Clínica Sagrada Esperança do Zango após a equipa médica aplicar injecção intravenosa à criança que estava internada na unidade desde sexta-feira, disse hoje uma fonte familiar ao Jornal Hora H.

ANA MENDES

A família diz que houve negligência médica e acusa a clínica afecta a diamantífera Endiama de forjar o relatório que expõe a causa real da morte da menina que completaria um ano de vida no dia 27 deste mês.

A família relata que “a bebé entrou com quadro de gripe e tosse na sexta-feira, 30 de junho.

“Posto lá, começou a fazer medicação com medicamentos que estão no relatório. Estava a fazer dissolúvel no soro e durante este período foi apresentado melhoria no quadro clínico. Mas no domingo, ela faz a medição de manhã, e correu tudo bem. A mãe, nas primeiras horas amamentou a bebé e quando eram quase 10 horas, a mãe deu-lhe iogurte”.

Momento mais tarde, explica a fonte familiar, que quando chegou a hora da medicação, a equipa médica constituída por dois médicos e um enfermeiro, sem prestar esclarecimentos à mãe da criança, mudou o método da administração da medicação. À criança de apenas de onze meses, foi aplicada a injecção na veia, o que levou a bebé a morte imediata antecedido de convulsões.

“Aquilo foi de imediato. Eles aplicaram na veia e logo que terminaram, a bebé começou apresentar um quadro diferente, apertou as mãos, mudou de cor, ficou toda ela cinzenta. Daí, tiraram a mãe da criança da sala e tentaram reanima-la e em pouco tempo informáramo-nos que a bebé acabava de falecer, denunciou ao Hora H.

Segundo o parente da vítima, a Clínica Sagrada Esperança chegou acusar a mãe da criança de ser a principal causadora da morte da paciente devido à alimentação que deu a própria filha na unidade hospitalar.

“Alegaram que a criança teve bronco aspiração, a passagem do ar da criança ficou interrompida e que começou a convulsionar, tirando coisas pela boca. Isso não condiz com a verdade porque já estive lá. Eles estavam a nos contar na sala deles, e eu tive a paciência de ir até a sala onde estava a bebé para ver se a cama estava suja com as coisas que terão saído da boca da criança como eles alegaram. Mas não foi o que vi” afirmou a fonte do Jornal Hora H.

Inconformados com a justificação da Clínica Sagrada Esperança, a família exigiu a realização de autópsia numa unidade independente. A autópsia foi feita no Hospital Josina Machel. Mas a família não está satisfeita com o resultado, pois entende que o médico legista terá favorecido a Clínica Sagrada Esperança.

“Esperávamos ter alta no domingo ou na segunda-feira porque a criança estava bem, brincava com a mãe e tinha testemunhas por perto, a família solicitou autópsia fora da clínica porque queríamos uma explicação mais plausível. Tudo indica que o médico legista é alguém de confiança da Clínica Sagrada Esperança” disse a fonte.

A família diz ainda que durante encontro que manteve com o director Clínico da Sagrada Esperança da Ilha de Luanda, o mesmo reconheceu que houve falta de prudência da equipa médica que assistiu a criança.

A Direcção clínica da Sagrada Esperança do Zango também admitiu que a forma em que se administrou a medicação não foi correcta.

“Eles admitiram que não se podia aplicar a medicação através da veia por ser um bebé de menos um ano, mas o que nos inquieta é a questão do médico legista dizer que a bebé estava com uma pneumonia crónica. Se a bebé estivesse naquela condição, estaria nos cuidados intensivos. Não estamos satisfeitos com esta justificação porque entendemos que a Clínica na nossa presença assumiu o erro para nos contentar, mas por trás fez outra coisa”.

No relatório médico em posse da família, a unidade hospitalar da Endiama relata que o enfermeiro em serviço, “tão logo termina de administrar a azitromecina, preste para retirar-se do quarto do paciente para ir preparar o bactrim, a mãe chama dizendo que a criança não está bem, o que é constatado pelo enfermeiro (Cianose, extremidade fria, além desses sinais, a mãe refere também rigidez das extremidades). Sendo chamada a médica de urgência, que a chegada constatou lactente em paragem cardiorrespiratória”.

Segundo a Clínica Sagrada Esperança, fez-se manobras de ressuscitação cardiopulmonar, a porte de oxigénio, adrenalina e hidrocortisona, procedeu-se aspiração pelas fossas nasais, foi colocado uma SNG aberta com saída moderada de secreção acastanhada, reanimou-se durante uma hora sem sucesso e foi declarado óbito”.

Este relatório de acordo com a família da criança não relata a verdade. Os pais da bebé de onze meses prometem apresentar uma queixa-crime contra a clínica da Endiama.

“O primeiro constava os dados em que a Clínica relatava que a medicação causou alergia à criança, o que fez com que a criança sucumbisse. Ao descobrirem que tínhamos conhecimento da real causa da morte da criança, a clínica forjou o relatório médico. Deram-nos este relatório depois de várias voltas. Para nós, este relatório não nos diz nada porque faltam informações que vimos no primeiro relatório. Este relatório foi feito à medida da Clínica Sagrada Esperança” afirmou a fonte ao Jornal Hora H.

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