REGIME ANGOLANO ACUSADO DE PERSEGUIÇÃO AOS ACTIVISTAS DÁRIO PIMENTEL E HELENA AFONSO “TÂNIA”

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O governo angolano está a ser acusado de perseguirem os activistas Dário Pimentel e Helena Afonso, conhecida no activismo por Tânia, desde as suas aparições em manifestações de rua, o que já lhes levou a trocarem de residências por duas vezes, denunciaram recentemente as vítimas ao Jornal Hora H

NDOMBI ZADIMENGA

Segundo Dário Pimentel, o regime, liderado por João Lourenço, tem levado a cabo uma onda de ameaças e perseguições aos jovens activistas angolanos e até com pessoas que pensam diferente sobre o agir da actual governação do Presidente da República.

“Nós começamos a notar que estamos a ser vigiados e perseguidos por elementos ligados ao MPLA, depois da manifestação que originou a morte do mano Inocêncio de Matos, no dia 11 de Novembro de 2020, eu estava ao lado dele quando o tiro disparado por um agente da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), disparou à queima-roupa na cabeça do nosso mano de luta” disse Dário ao Hora H. 

De lá para cá, continuo o activista, já não somos as mesmas pessoas porque dia e noite recebemos mensagens e telefonemas de ameaças de morte e fomos obrigados a abandonar a nossa casa no município de Belas e alugar numa área mas discreta.

O casal de activistas, acrescenta ainda que as suas vidas correm perigo, uma vez que, os supostos perseguidores, ameaçam até raptar os seus dois filhos, menores de idade, que encontram-se a estudar no bairro e município onde residiam.

Tânia e Dário, afirmaram que já foram detidos e espancados nas manifestações mais três vezes e não pensam abandonar as ruas até verem o MPLA fora do poder.

De acordo com as mensagens que mostraram ao Jornal Hora H no momento da entrevista, o casal é ameaçado de pararem participarem dos protestos, porque são elementos que viram o agente da Polícia Nacional que matou o activista Inocêncio de Matos.

Numa outra mensagem, os supostos elementos que ameaçam o casal de activistas e a sua família escrevem que “Se vocês continuarem com o activismo vão pagar com as vossas vidas e nós conhecemos os locais que vocês mais frequentam e onde estudam os vossos filhos”. Lê-se na mensagem enviada pelo suposto assassino do Estado.

 Já Helena Afonso, (activista Tânia), diz não temer pela vida e que está disposta a lutar para a liberdade dos angolanos mesmo que venha a pagar com o seu desaparecimento físico.

“Não tenho medo da morte, já enfrentamos coisas piores no tempo do ex-ditador, José Eduardo dos Santos, não é João Lourenço que vai nos tirar das ruas, resistência até a morte” determinou.

A activista entende que as ameaças só os tornam cada vez mais fortes e distante de largarmos a causa que é comum. “Hoje todos nós estamos a pagar o preço da má governação deste regime que nos governa deste 1975”, disse Helena Afonso ao Hora H.

Questionados se já abriram queixa-crime ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), Tânia afirmou que “ não se queixa o porco da mata ao da cidade, portanto fazer queixa nas instituições deste governo tirano é perder tempo”.

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