DEZENAS DE PESSOAS PRESAS NO LUBANGO
Sede do MPLA no bairro de Nambambe foi vandalizada
A polícia angolana disse que foram presas 66 pessoas no Lubango na sequência dos distúrbios registados durante as manifestações de protesto contra o aumento do preço da gasolina.
Foram também apreendidas 44 motorizadas, disse a polícia
Do balanço dos protestos desta terça-feira, 06, há o registo de um autocarro de transporte colectivo de passageiro queimado, vandalização de um veículo pesado particular e do comité do MPLA do bairro Nambambe e residência do administrador do referido bairro.
Agentes da polícia nacional fortemente armados eram visíveis nesta quarta-feira em diferentes pontos da cidade onde os taxistas continuaram em greve pelo segundo dia consecutivo.
O porta-voz da corporação, Benedito Walter disse que as forças policiais “estão atentas para agir caso alguém tente inviabilizar a segurança pública”.
Preocupado com o ambiente vivido nesta terça-feira ficou também o governador, Nuno Mahapi que apelou à calma.
“ É importante primeiro primarmos pela vida humana depois pelos bens públicos, lamentamos qualquer acidente que aconteceu”, disse
O MPLA no Lubango condenou de “forma enérgica e veemente, os actos de vandalismo perpetrados por um grupo de cidadãos, tendo como alvo os bens públicos, de forma geral, e contra a sede do comité do partido do bairro Nambambe no Lubango, de forma particular, numa clara violação à ordem e tranquilidade públicas. Uma demonstração de um acto condenável de aproveitamento político”, lê-se numa nota distribuída à imprensa nesta quarta-feira.
Num extenso comunicado o partido dos camaradas no Lubango diz que desde os primórdios da sua fundação, teve sempre o povo como ponto de partida e de chegada das suas acções, essas que visam à satisfação e melhoria das suas condições de vida.
O MPLA pediu “calma e serenidade à população e a não cederem às provocações” bem como “insta aos órgãos competentes do estado a tomarem medidas enquadradas nos ditames da lei e que os autores morais e materiais sejam responsabilizados civil e criminalmente” conclui a nota.
A greve que se prolongou pelo segundo dia e muitos cidadãos viram-se obrigados a percorrer vários quilómetros a pé para chegarem aos locais de trabalho ou pagar a preço especulativo a corridas pelos moto-taxistas.
Alguns cidadãos falam de uma situação difícil e pedem a intervenção urgente das autoridades para se ultrapassar o momento.
“ Não há táxis as paragens estão muito cheias os motoqueiros estão a cobrar 500 kwanzas está super difícil”, disse Rosineide Kataleko que apelou ao governo “para que cheguem a um acordo com os nossos taxistas”.
Afonso Dionísio disse também esperar que “o estado converse com as associações de táxi de modo a colmatar esta carência de táxis.”