MALANJE VAI GANHAR HOSPITAL COM SERVIÇOS DE PNEUMOLOGIA
A província de Malanje vai ganhar, nos próximos tempos, um hospital de alta complexidade, com valências múltiplas, com realce para a pneumologia, informou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar.
Leonardo Inocêncio disse ainda que a unidade hospitalar terá equipamentos de ponta e profissionais devidamente capacitados para responderem às grandes necessidades da população, que vai muito além do diagnóstico imagiológico (Raio X).
O secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar fez estas declarações durante a abertura do primeiro Simpósio de Pneumologia, no Complexo Hospitalar de Doenças Cárdio-pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento (CHDCP), que decorreu sob o lema “Saúde Pulmonar”.
Segundo Leonardo Inocêncio, para acompanhar o número de hospitais que estão a ser construídos pelo país, encontram-se em formação mais de três mil profissionais, entre pneumologistas, de medicina interna, cardiologia e outras especializações.
Entre os profissionais que estão a ser formados constam 17 pneumologistas, oriundos de várias províncias. Luanda, referiu, conta com o maior número no internato de especialidade, no Complexo Hospitalar de Doenças Cárdiopulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, segundo Leonardo Inocêncio. Sobre o simpósio, o governante disse que o facto de o CHDCP, em tão pouco tempo de existência, realizar o seu primeiro simpósio demostra o resultado do empenho e dedicação de todo o corpo clínico e dos funcionários, que entenderam que a humanização nos cuidados de saúde é a melhor estratégia para se garantir a rápida recuperação dos pacientes.
Para Leonardo Inocêncio, o tema escolhido para este evento, “Saúde Pulmonar”, surge num momento significativo, pois, as doenças respiratórias representam um grande desafio ao sistema de Saúde, impactando no desenvolvimento social e económico do país.
De acordo com o governante, cinco doenças respiratórias (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica ‘DPOC’, asma, infecção aguda do trato respiratório ou pneumonia, tuberculose ‘TB’ e cancro do pulmão) são as causas mais comuns de morte não só em Angola mas em muitos outros países.
Segundo Leonardo Inocência, para se prestar atenção mais humanizada aos pacientes com estas patologias, além do Executivo construir vários hospitais, estão a ser admitidos, em concursos públicos, vários profissionais, citando como exemplo o enquadramento em curso de mais de oito mil funcionários, o que elevará para acima de 41 mil trabalhadores no sector da Saúde.
Desafios do Complexo
O director-geral do CHDCP, Carlos Masseca, disse que a unidade sanitária aposta na melhoria do uso dos meios de diagnóstico, aumento da capacidade de consulta e de internamento, bem como na formação contínua dos técnicos de todas as classes.
“Realizamos este primeiro simpósio para que todos os especialistas da área de pneumologia deste hospital possam falar das suas experiências na parte clínica e cirúrgica”, concluiu Carlos Masseca.
Províncias com pneumologistas
A presidente do Colégio de Pneumologia da Ordem dos Médicos de Angola, Maria Caetano, deu a conhecer que Angola possui 32 pneumologistas, dos quais 30 em Luanda, um em Cabinda e o outro no Cuanza-Sul.
Segundo Maria Caetano, o Colégio de Pneumologia aposta no aumento contínuo do número de especialistas, para que possam prestar melhor trabalho em prol da saúde respiratória dos angolanos.
Outra preocupação do Colégio, acrescentou, é habilitar, cada vez mais, os especialistas, a fim de tratarem devidamente as doenças respiratórias agudas, como as pneumonias complexas, cancro pulmonar, e outras patologias do fórum pneumológico, dando também atenção à saúde respiratória durante o sono (apneia de sono), principalmente se estiver associada à hipertensão.
A porta-voz do simpósio, Francisca Quifica, explicou que o CHDCP tem uma média de internamento que varia entre 30 e 40 doentes, acrescentando que o serviço de pneumologia na referida unidade sanitária representa uma taxa de ocupação na ordem dos 60 por cento.
Durante o simpósio, que teve a duração de um dia, foram abordados 15 temas, com destaque para os ligados aos desafios do diagnóstico da pneumologia por imagem, estudo das doenças respiratórias, sequelas pós-tuberculose pulmonar – um desafio para o pneumologista em Angola, diagnóstico precoce da neoplasia do pulmão e o protocolo de actuação em doentes submetidos a técnicas invasivas de pneumologia.