JOÃO LOURENÇO ACUSADO DE DEIXAR DE FALAR COM AMIGOS QUE LHE ACONSELHAM A SE DESFAZER DE JOEL LEONARDO
Estão a ser registrados em meios informais, relatos de altas entidades do regime lamentando que o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, estaria a denotar sinais de encurtamento no contacto com todas as personalidades que o aconselham desfazer-se das práticas de corrupção do Juiz Presidente do Tribunal Supremo Joel Leonardo, ou, outros reparos relacionados a forma com que gere Angola.
A retórica generalizada que corre, é de que “o Presidente não ouve ninguém”, uma particularidade reflectida na sua personalidade. No circulo familiar, JL escuta uma filha, Cristina Giovanna Dias Lourenço, que se destaca na preocupação da imagem do pai, mas está procura não debitar sugestões sobre o funcionamento do aparelho do estado. Sugeriu uma vez ao pai para que não se sentasse de pernas abertas nas entrevistas, centrando parte das suas abordagens sobre questões ligadas aos negócios privados (fazenda MatoGrosso).
Desde que chegou ao poder, João Lourenço, já perdeu mais de cinco amigos da alta confiança que o tentaram aconselhar. Perdeu também o contacto de uma irmã.
A SABER:
O Presidente distanciou-se do general Mário António de Sequeira e Carvalho, depois deste o ter feito reparos sobre o modelo de governação. De seguida afastou o amigo da liderança da GEFI, a holding que gere os negócios do MPLA. O novo PCA da GEFI, é Alberto Jorge Mendes. Mário António e João Lourenço, são amigos desde o tempo de Moscovo, onde ambos fizeram uma formação em historia militar. São igualmente compadres.
Distanciou-se do reformado general e antigo embaixador de Angola na Alemanha, Alberto Correio Neto. Ambos eram vizinhos de porta no bairro Alvalade, e na Ilha do Musulo, sendo que Alberto Neto, foi o amigo que deu o pontapé de saída, em 2018, para pressionar JES a deixar a liderança do MPLA, a favor de JL. Num encontro a dois, Lourenço lhe terá garantido que o faria embaixador em Maputo. JL deixou-lhe cair e o tem ignorado. Correia Neto, desapreciou a forma com que JL “sacrificou” um amigo em comum, Pedro Sebastião da Chefia da Casa Militar. Em alguns meios, segundo soube o Club-K, alega-se que Lourenço deixou cair Correia Neto, por conta de um relatório feito pela IGAE quanto a gestão do general ao tempo de embaixador em Berlin.
João Lourenço, distanciou-se também de um veterano e amigo, António dos Santos “Patónio”, antigo Presidente do Supremo Tribunal Militar. Lourenço e “Patónio”, são amigos de longa data e compadres. Um é padrinho do filho do outro. Diz-se que terá sido “Patónio”, ou a esposa, a convencer, no passado, a actual Primeira Dama, a se casar com João Lourenço. Alega-se que deixou de dar ouvidos a “Patónio”.
Em fevereiro de 2021, o Presidente João Lourenço afastou Marcolino Moco da Sonangol, depois de este seu colega ter escrito no facebook, criticas sobre a forma que os órgãos de comunicação sociais destratam lideres da oposição
Há semana passada, João Lourenço, conforme apurou o Club-K, almoçou com um outro amigo, o antigo governador de Malanje e antigo Porta-voz do MPLA, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, a quem fontes próximas acreditam atribuem que terão passado em revista, o episódio de Joel Leonardo em tentar extorquir USD 6 milhões ao antigo ministro dos transportes Augusto da Silva Tomás. “Kwata Kanawa”, e Augusto da Silva Tomás vivem no mesmo condomínio no Talatona, Luanda. Quando em Dezembro do ano passado, um sobrinho de Joel Leonardo, Silvano Manuel foi ao condomínio Atlântico pressionar a Augusto Tomás, a casa de “Kwata Kanawa”, foi o local onde o antigo ministro dos transportes foi pedir socorro. Fontes em Luanda, atestam que o recente almoço entre JL e “Kwata Kanawa”, foi encorajado no sentido de se apurar a veracidade do conteúdo da denuncia contra o Juiz Joel Leonardo.
Não há ainda sinais de que João Lourenço venha mais a frente, deixar de atender as ligações de “Kwata Kanawa” pela abordagem das práticas de corrupção de Joel Leonardo. Por outro lado, é corrente que sobre este dossier, o ministro do interior Eugénio César Laborinho, que é um outro amigo de João Lourenço, e com quem partilha negócios (empresa Kilata), tem sido depositário de mensagens a cerca da cobertura que JL dedica a Joel Leonardo. O general Laborinho, revela-se receoso de ser portador de eventuais recados sobre a crise na justiça temendo vir a ser ignorado ou retaliado pelo amigo que não ouve ninguém.
O distanciamento verificado em João Lourenço, face aos seus amigos de longa data, tem se estendido também para o circulo familiar. Há informações de que distanciou-se de uma irmão Edith Lourenço Catraio, que é embaixadora de carreira do MIREX. A irmã integra uma geração do MIREX que tem estado a sair para chefiar missões diplomáticas no exterior. A mesma é a única que não sai, vetada a partir do gabinete presidencial.
Dentre as velhas amizades, João Lourenço ficou com um amigo António José da Silva Neto, o actual director-geral do Instituto Nacional da Habitação. José Silva é dado como sendo a figura que convenceu Lourenço, a derrubar o antigo ministro das obras públicas, Manuel Tavares de Almeida, que andava a comprometer a imagem do Presidente. JL é padrinho de casamento de Manuel Tavares de Almeida.
Segundo apurou o Club-K, António José da Silva Neto, criou um restrito grupo do Whatusp juntando cinco amigos de confiança do Presidente da República, desconhecendo-se se o propósito, se é para interacção ou analisar formas de ajudar João Lourenço, a cultivar o habito de ouvir.